Os oito países da Bacia Amazônica estão reunidos desde a última quinta-feira (6) em Leticia, na Colômbia, para dar início ao "caminho para a Cúpula Amazônica", um encontro preparatório para o evento que será realizado em agosto, em Belém. Hoje, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, juntam-se ao evento.
Mais de 600 especialistas e ministros do Meio Ambiente dos oito países da bacia amazônica estão presentes em Leticia, na Colômbia. O encontro será encerrado com a reunião dos presidentes do Brasil e da Colômbia, como anunciado pelo presidente colombiano em sua conta no Twitter.
Os ministros do Meio Ambiente dos oito países amazônicos - Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela - se reunirão nos dias 8 e 9 de agosto em Belém para "resgatar" os princípios do Tratado de Cooperação Amazônica de 1978. A partir desse acordo, foi criada, em 1995, a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), cuja última cúpula ocorreu em 2009.
Além da ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, a titular da pasta de Povos Originários, Sonia Guajajara, também participará do encontro. A reunião deste fim de semana em Leticia, na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, discutirá os temas que serão abordados na cúpula de agosto, com o objetivo de produzir contribuições técnico-científicas necessárias para chegar a acordos.
A agenda do encontro incluirá discussões sobre desmatamento e crimes ambientais transnacionais, conservação, restauração ecológica, bioeconomia, direitos dos povos indígenas, saúde e educação, mecanismos financeiros em meio à crise da dívida externa, gestão da informação, ciência, tecnologia e conhecimento indígena.
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Uma das questões que a Colômbia colocará em pauta é o chamado ponto de não retorno. Segundo o Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável colombiano, se a Amazônia ultrapassar 20% de desmatamento, ela chegará a um ponto sem retorno, ou seja, não será mais capaz de se regenerar. Atualmente, a Amazônia já atingiu a marca de 17% de desmatamento.
Recentemente, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que o mês de junho registrou o maior número de queimadas na Amazônia e no Cerrado nos últimos 16 anos. Os números de incêndios têm aumentado, e o primeiro semestre de 2023 apresentou um aumento de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, o balanço de desmatamento do semestre mostrou uma queda de 33,6% na comparação com o ano anterior, com exceção de Mato Grosso, que teve um aumento nas taxas de destruição da floresta.
Com a chegada dos presidentes Petro, na Colômbia, e Lula, no Brasil, a agenda ambiental sul-americana recebe ainda mais atenção, uma vez que ambos prometem ações contra as mudanças climáticas, especialmente para preservação da Amazônia, compartilhada por seis outros países.
O compromisso do governo Lula com a agenda ambiental foi testado recentemente devido a um pedido da Petrobras para buscar petróleo na foz do Rio Amazonas, no litoral do Amapá, região conhecida como novo pré-sal. Esse plano gerou divisões dentro do governo, e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, negou a solicitação, alegando falta de comprovação da proteção adequada da área e das comunidades locais.
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