Em qual mês do ano você obteve o maior gasto com as compras de produtos no mercado? Aquele consumidor que não consegue responder a esta simples pergunta talvez não esteja fazendo o dever de casa corretamente no âmbito financeiro, que é planejar o orçamento mensal. Este é o primeiro passo para economizar as despesas fixas, incluindo as compras de alimentos e produtos em geral necessários dentro de uma casa.
Apesar das sinalizações de reduções nos preços de itens alimentícios como a carne, verduras e o arroz, por exemplo, o custo das compras domésticas pode ser alto, sobretudo quando se trata de uma família com mais de duas pessoas, que ganham salário mínimo. Contudo, organizando o orçamento e adotando algumas medidas, é possível equilibrar os gastos e até mesmo economizar.
É o que garante o docente da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Pará (UFPA) e coordenador do Grupo de Educação Financeira da Amazônia, Alexandre Damasceno. “Orçamento é quando a gente faz uma pequena avaliação de todos os nossos gastos, separando por categorias como alimentação, saúde, transporte, comunicação e outras. O ideal é fazer as avaliações quinzenalmente para saber onde estamos gastando mais e onde estamos economizando, anotando todas as despesas”, detalhou.
ORÇAMENTO
O especialista explica que o levantamento do orçamento traz clareza sobre a situação financeira, uma vez que aponta quanto é a renda da família e quais são as despesas. “Isso vai indicar três situações: se estou gastando muito, o meu orçamento é deficitário, não sobra recurso. Isto é ruim, é sinal de que estamos devendo. Quando está neutro também não é algo positivo. Temos que entender que a nossa vida é dinâmica e podem ocorrer acontecimentos em que precisaremos de recursos. E quando está sobrando dinheiro é superavitário. A nossa perspectiva é chegar no processo do superavitário, que é sobrar dinheiro nesta subtração de quanto ganho e quanto estou gastando”, informou.
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Ao descrever o orçamento, a família conseguirá identificar se está gastando além do limite. “Tem como fazer uma diminuição desses valores tendo cuidados com alguns aspectos. É essencial fazer uma lista de compras, justamente para não comprar coisas repetidas, que podem gerar o desperdício. É fundamental também colocar nesta lista os valores de quanto gastei na compra passada e quanto estou gastando atualmente para entender o movimento dos gastos”, aconselhou.
Algumas pessoas optam por não levar os filhos na ida ao mercado, a fim de tentar reduzir os custos. Mas, para o especialista, o mais indicado é inserir a família nesta rotina para criar o hábito da educação financeira dentro do lar. “Não vejo problema em levar a criança ao mercado. Tenho que começar a fazer o trabalho com a família, na alegria ou tristeza, mostrando como está a nossa situação. Às vezes a gente quer viver de aparência e isso é um problema. A criança pode participar da construção da própria lista. Os pais devem mostrar que não é um momento de lazer e já vai criando um hábito com ela”, orientou.
Como economizar nas compras de mercado
- Antes de ir ao mercado, faça a lista de compras. Peça ajuda do seu filho para que ele participe desta rotina e comece a entender de educação financeira. Siga à risca a lista para não comprar coisas repetidas, que podem gerar o desperdício.
- Outro ponto importante é colocar nesta lista os valores de quanto foi gasto na compra passada e quanto será gasto na compra atual. Isto vai ajudar a perceber quais produtos estão mais caros; quais podem ser substituídos por similares e onde está o gasto maior, entre os itens da lista.
- Algumas pessoas optam por não levar os filhos na ida ao mercado, a fim de tentar reduzir os custos. O mais indicado é inserir a família nesta rotina para criar o hábito da educação financeira dentro do lar. A criança pode participar da construção da própria lista de compras.
- Com a internet e a televisão, é possível verificar quais produtos estão em promoção nos supermercados. “O melhor período para fazer compras é entre os dias 22 e 27 (do mês), quando os supermercados estão renovando os estoques e precisam fazer descontos e promoções”, recomenda Alexandre Damasceno.
- Para quem mora perto do mercado ou de uma quitanda, o ideal é evitar comprar em poucas quantidades e acabar gastando mais.
- Se a sua família é grande, uma boa saída para economizar é comprar produtos em fardos nos atacadões e dividir.
- Outra dica é ir à feira livre, onde é possível comprar produtos como verduras e frutas a preços menores e com a possibilidade de negociar os valores.
- Experimente novos produtos: os produtos abaixo do nosso olhar são mais baratos. Substitua produtos similares, principalmente no material de limpeza. É possível até fazer um estoque em casa.
- Evite ir ao mercado com fome ou antes de se alimentar: isso pode gerar um gasto a mais ao colocar produtos desnecessários no carrinho. Obedeça essencialmente a sua lista de compras.
- Busque saber quais mercados oferecem programas de fidelização de clientes, que possibilitem a obtenção de descontos na hora das compras.
- Pesquisar é essencial: compare os valores dos produtos entre os mercados. A pesquisa precisa estar atrelada ao orçamento para ajudar na economia.
FONTE: docente da Faculdade de Ciências Econômicas da UFPA e coordenador do Grupo de Educação Financeira da Amazônia, Alexandre Damasceno)
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