Junho é um dos meses mais esperados do ano, e não é difícil entender o porquê. Afinal, o mês chega na capital trazendo os arrastões do Arraial do Pavulagem, concursos entre quadrilhas juninas no Centro Cultural Tancredo Neves (Centur) e, claro, muitas comidas típicas de festas juninas que podem ser encontradas em várias barracas espalhadas pelo centro comercial e demais espaços da grande Belém.
Para a nossa sorte, além dos pratos tradicionais das festas juninas, principalmente à base de milho como bolo; mingau; canjica, além de vatapá e bolo podre, muito tradicionais país adentro, no Norte, pratos com mandioca e maniva, como o tacacá com o tucupi e maniçoba, fazem a felicidade dos paraenses não só nesta época, mas durante todo o ano.
E falando em maniçoba, essa estrela da gastronomia amazônica já é patrimônio cultural de natureza imaterial do Pará por meio da lei estadual nº 9.601/2022. Assim, o prato que faz parte da identidade e da cultura paraense, ganha ainda mais consumidores na quadra junina.
“Durante o ano todo a gente já come bastante maniçoba, né? Mas nesse período junino o consumo aumenta para todo o fim de semana praticamente, não só maniçoba como vatapá e tacacá. Até final de junho vamos estar bem mais gordinhos, com certeza”, brinca a servidora pública Carla Ferreira, 32, enquanto faz um lanche da tarde bem paraense no Tacacá do Nilson, no bairro de Canudos, em Belém.
Segundo o proprietário Nilson Cardoso, 68, a maniçoba é um prato que nunca deixa de sair, sendo sucesso de vendas durante o ano todo. Com bandeirinhas, chapéus de palha, balões juninos, entre outros artigos temáticos de decoração, além de músicas de festa junina para movimentar as vendas e atrair os clientes, Nilson conta que desde o início de maio vem sentindo o aumento de vendas de comidas típicas, como o tacacá e a maniçoba.
“Se eu pudesse dar um parâmetro, diria que as vendas aumentam em torno de 20% nessa época do ano. Sem falar nas encomendas por fora. Há muitos aniversários temáticos em junho, o que rende boas vendas também”, afirma.
VENDAS
Em outro ponto da capital, mais precisamente na avenida Nazaré, na barraca da Regina Ribeiro, 39, o cenário é um pouco diferente. Apesar da maniçoba ser um prato que sai bastante, nesta época as vendas não costumam crescer tanto, mas ela tem uma carta na manga: o tacacá.
“Os eventos no Centur tiram um pouco da nossa clientela, mas a gente tem que correr por fora. Então, o que faço? Aceito muitas encomendas neste período, de maniçoba, vatapá, mingau de milho. É alternativa que encontro, e tem demanda. Mas por aqui, o tacacá com tucupi sai bastante, com certeza”, afirma.
No centro comercial de Belém, na barraca de iguarias típicas do José Magalhães, 66, o pato no tucupi sofreu uma alteração, mas nada que desagrade os clientes. “Como o pato é mais caro, a gente faz o frango no tucupi e vende bastante. Mas assim, no geral, as vendas se intensificam nesse período, e o que mais sai é maniçoba, arroz paraense e vatapá”, conta o vendedor.
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