A prática de racismo e xenofobia no futebol tem sido combatida de diversas formas por atletas, que procuram mostrar a identidade de um povo no momento mais sublime do esporte, no caso do futebol, o ato de comemorar um gol.
Atuando no Ceará-CE, o atacante Nicolas não esquece o Paysandu e o futebol paraense, ao ponto de revelar uma inspiração que o motivou a sua atual comemoração ao balançar as redes adversárias: a flechada.
O jogador revelou que o ato se deu em referência ao ídolo do Papão, o ex-atacante Robgol, que marcava gols imitando uma flechada de um índio, em alusão à defesa aos povos indígenas da Amazônia, especialmente os paraenses, que sofreram com atos de xenofobia em competições nacionais.
“Ele (Robgol) comemorava em alguns jogos dessa maneira, muito em relação a protestos de xenofobia, de preconceito, justamente à região Norte”, afirma o jogador, em entrevista concedida a Rádio O Povo, do Ceará.
Por incrivel que pareça, a flechada de Nicolas surgiu em um episódio envolvendo o Clube do Remo, maior rival do Paysandu: em jogo disputado pela Série C de 2019, atletas do Leão sofreram xenofobia quando atuaram fora de casa. Na mesma rodada, o Paysandu venceu com gol de Nicolas, que veio a comemorar desta forma.
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“Achei que nesse tipo de situação, mais pessoas precisam se pronunciar, se posicionar. Naquele momento eu me posicionei, me identifiquei com a comemoração e desde então tenho feito ela”, diz o atacante.
Atualmente no Vozão, Nicolas disputou seis partidas e marcou dois gols pelo time que atualmente ocupa a 11ª posição, com dez pontos ganhos.
NO PAYSANDU
Nicolas chegou ao Paysandu em 2019 e ficou no clube até 2021, em uma passagem marcada por gols, carinho da Fiel e pelo título do Parazão. O jogador é o maior artilheiro do clássico Re-Pa no século XXI, com oito gols marcados. Pelo Papão, Nicolas marcou 37 gols, em 103 partidas oficiais.
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