DJ Dinho celebra aniversário com uma super festa no Casota

Símbolo das festas de aparelhagem, o DJ Dinho está completando 57 anos de idade e para marcar a data, reunirá amigos, família e fãs neste domingo, 6, a partir das 10h, na casa de shows Casota, em Belém. A banda Mega Pop Show é uma das atrações, além de diversos DJs da cena paraense.

DJ Dinho possui 44 anos de carreira e é um ícone da música paraense, tendo acompanhado todo o percurso do brega no Pará, desde o vinil até os mais recentes dispositivos tecnológicos de som. Com um cocar indígena na cabeça, ele diz que o ornamento é usado para representar os povos originários e valorizar as suas raízes, sendo chamado de cacique da tribo.

“É uma festa especial que a gente aproveita para comemorar a data de aniversário e reunir amigos, família e fãs, que são as pessoas que sempre prestigiaram o meu trabalho. Com isso, resolvi fazer uma programação com essas atrações para gente não deixar passar em branco uma data comemorativa como essa. Começa por volta de 10h da manhã e vai até meia-noite, sendo mais de 12 horas de festa”, detalha Dinho.

Passado, marcante e músicas atuais fazem parte do setlist de Dinho diante da aparelhagem, mas em suas preparações, ele fica atento em tocar de tudo um pouco para seu público. “São todos os ritmos que eu toco. É uma verdadeira miscelânea musical em que a gente prima pela nossa música. Posso dizer que 60% da matéria-prima que eu toco é brega. Desde o final dos anos 1970, eu trabalho com isso e Belém foi o berço do brega, com vários cantores que fizeram sucesso tocando brega”, afirma Dinho, acrescentando que deu sua contribuição quando Belém conquistou o título de Capital Mundial do Brega.

Tocar, para Dinho, é uma arte que vai além de estar atrás da aparelhagem. “Quando saio para tocar em uma festa parece que é a primeira vez, eu vou com uma motivação incrível e o prazer de ver as pessoas dançando, a pista cheia, receber o abraço dos amigos e além disso recepcionar as pessoas é muito gratificante porque o DJ paraense é diferenciado, porque ele não é somente um discotecário, ele é locutor, ele recepciona as pessoas e esse talvez seja o seu diferencial”.

“Eu fico muito lisonjeado de olhar no retrovisor da vida e saber que valeu a pena tudo aquilo que a gente já fez e plantou e que até hoje usufrui de todas as coisas boas. Peço todos os dias a Deus muita saúde, inteligência e discernimento para que eu possa continuar fazendo aquilo que eu sempre quis e gosto de fazer, que é alegrar as pessoas. De alguma forma a gente contribui para que as pessoas tenham um momento de entretenimento, de alegria. É muito gratificante, agradeço a Deus por isso”, afirma o DJ.

HERANÇA FAMILIAR

O encanto pela música foi passado pelo pai do DJ quando tudo era outro modo de produção e de consumo musical. “Eu comecei a tocar aos 12 anos de idade, via meu pai, Andir Corrêa, tocando, e aquilo me inspirou muito. Tenho 44 anos de carreira e chegar a uma idade dessas com essa longevidade é importante demais. Saber que ao longo dos anos a gente atravessou gerações e continua fazendo a alegria do povo e ainda servir como referência cultural na nossa cidade e no nosso estado, para mim, é motivo de honra, orgulho e motivação para que possa fazer mais”.

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Na época do seu pai, tudo era feito de forma mais analógica, diz Dinho. “Existia o vinil e as coisas não eram digitais. Tinha fita cassete, fita de rolo e o trabalho era totalmente diferente, a discotecagem era diferente. A gente pegava o vinil, colocava no toca-discos, pegava na agulha e colocava na faixa certa para tocar a música. De lá para cá, passamos por todas as transformações possíveis: CD, MD, cartucheira, computador, notebooks e hoje estamos na era da controladora, então posso dizer que talvez seja o único DJ que passou por todas essas transformações e que até hoje estou em atividade e sou recordista em festas, com mais de 30 mil festas ao longo da minha carreira”, conta ele que sempre se moldou ao formato de mercado do momento.

Na vida pessoal, a celebração de mais um aniversário também é especial por ser sinônimo de saúde. Há três anos, Dinho se submeteu a um procedimento cirúrgico.

“Devido a comorbidades como pressão alta e diabetes e como estava muito acima do peso, me submeti a uma bariátrica e perdi 40 quilos. Para mim, foi muito bom, eu rejuvenesci e passei a controlar essas comorbidades e tudo isso está me fazendo muito bem. Inclusive, embora trabalhe com festas, eu nunca fiz uso de bebida alcoólica e nunca fumei”, conta o DJ, que assim espera ter muitos anos de música.