"Não há mais como pensar só em ter lucro e esquecer a sustentabilidade", destacou Raul Jungmann, Diretor-Presidente do IBRAM (Instituto de Mineração do Brasil), durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (31), na Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, que ocorre em Belém.
No evento, Jungmann ressaltou que o mundo está em um momento em que não há mais como voltar e que é preciso pensar em soluções e fazer ações para a transição para um momento de desenvolvimento sustentável.
“Hoje, não basta ter lucro, não basta ter negócio, é claro que isso é importante, mas isso tem que vir a partir da sustentabilidade. No passado, achava-se que a única coisa que importava era o lucro, e hoje, a sustentabilidade é o lucro e quem não entender isso vai ficar no passado”, afirmou o presidente.
Jungmann destacou que a preservação da natureza é um dever de todos e que todos os setores da sociedade devem estar envolvidos na discussão, por isso, a conferência se fez tão importante, já que um dos objetivos é promover o debate sobre o desenvolvimento sustentável e crise do clima.
“A nossa preocupação ao organizar essa conferência foi a questão da responsabilidade comum que todos temos hoje com a questão do clima. Façamos o que fizermos, a partir da perspectiva que cada um tem, nós estamos com a responsabilidade da questão da superação dessa crise. Eu acho que se não superarmos essa crise, não teremos futuro”, destacou.
Sustentabilidade na mineração
O Diretor-Presidente do IBRAM, pontuou na coletiva que muitas das vezes, a mineração é confundida com garimpo e é lembrada por tragédias ambientais como a de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais. Segundo Raul Jungmann, o setor está trabalhando para evitar que acidentes como esses não ocorram mais.
Ele destacou que a mineração está presente em tudo na sociedade, mas, não é reconhecida. “Não existe civilização sem mineral e também não vamos fazer a transição para a economia de baixo carbono sem os minerais críticos, que como citou Tony Blair, são fundamentais para a transição”, declarou o diretor-presidente ao citar o problema de comunicação que o setor tem com a sociedade civil.
O presidente IBRAM ainda falou que para fazer a transição é preciso discutir o assunto diretamente com os setores, ouvindo os povos tradicionais, assim como o conhecimento tecnológico.
“Essa transição exige recursos. Os países desenvolvidos que têm uma responsabilidade anterior com a questão do clima porque produzem mais CO2, mas não adianta culpar, a ‘casa’ é só uma. E eu acho que como fazer é responder as perguntas, ouvindo as proposições e criando oportunidades”, afirmou.
Para Jungmann essa transição precisa ser em escala, mas ele lembrou que o Brasil nunca desenvolveu um projeto para a Amazônia.
“O Brasil nunca desenvolveu um projeto para a Amazônia. Não há um projeto para a Amazônia. Em ideias, propostas tem muito, mas para criar de fato, você precisa do estado, da participação do setor privado e da sociedade”, disse.
Ainda na coletiva, Raul revelou que cerca de 50 milhões de dólares estão previstos para serem investidos na região entre os anos de 2023 e 20267, destes 14 bilhões (mais R$ 69 bilhões vão ser destinados para o Pará.
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