O fisioterapeuta Nicanor dos Santos Modesto Junior, 46, foi condenado a 12 anos, cinco meses e dez dias de reclusão, no regime inicial fechado, sob acusação de estupro de paciente. A pena também prevê pagamento de R$ 10 mil de indenização.
Junior é acusado de estuprar uma publicitária de 29 anos dentro da UTI do Hospital São Luiz, na zona sul de São Paulo, em janeiro deste ano. Ele, que nega o crime, está preso desde 20 de maio, quando foi detido em Minas Gerais, após dois meses foragido.
O julgamento ocorreu no mês de junho no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, e a sentença foi dada nesta quarta (30).
"Esse processo tramita em segredo de Justiça, de modo que a única informação que podemos confirmar é que o réu foi condenado à pena de 12 anos, cinco meses e dez dias de reclusão, no regime inicial fechado", informou a assessoria do Tribunal de Justiça. Cabe recurso da decisão.
A mulher relatou o caso pelas redes sociais. Ela havia feito uma cirurgia para uma hérnia de disco e, no pós-operatório, passou a receber tratamento com um fisioterapeuta no hospital.
Quando Nicanor começou a atendê-la, ela disse ter notado situações estranhas: ele não tolerava a presença de outros enfermeiros, tentava afastar sua mãe do quarto e entrava nos horários de banho.
Em 23 de janeiro, segundo a jovem, Nicanor entrou no quarto quando ela estava sozinha e disse que fora informado de fortes câimbras que a jovem havia sentido em sessão com outro fisioterapeuta.
A mulher disse que ele começou a massagear sua panturrilha e, em seguida, introduziu os dedos em sua vagina. No boletim de ocorrência a que a reportagem teve acesso, a paciente afirmou à polícia que o fisioterapeuta agiu com violência e que seguiu com o movimento mesmo quando ela disse que aquilo a machucava.
No mesmo dia, ainda de acordo com a jovem, ele retornou e novamente a violentou. Na manhã seguinte, ela perguntou a outra fisioterapeuta sobre os procedimentos e concluiu que tinha sido estuprada.
DEFESA DIZ QUE VAI RECORRER
O advogado Lucas Paixão, que defende o fisioterapeuta, afirmou que vai recorrer da decisão.
"Vamos apelar. A sentena é absurda. A vítima disse que teve dois períodos, mas tem prova de que de manhã ele nem estava no local. O contexto midiático atrapalhou o caso. Ele é réu primário, mas está sendo tratado como se não fosse", disse.
Paixão reclamou que a única prova seria a palavra da vítima.
"Não existe outra prova além da palavra da vítima, mas, de certa forma, ela mentiu, já que está provado que de manhã ele não estava lá. Isso vai ser levado ao Tribunal de Justiça que é uma casa mais técnica. Com certeza os fatos serão melhor debruçados e melhor vistos pelos magistrados", afirmou.
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