De acordo com a Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem), o primeiro trimestre de 2023 registrou um crescimento significativo de 8% nas contratações temporárias em todo o Brasil, em comparação ao mesmo período de 2022. Isso representa 830 mil vagas preenchidas neste ano, em contraste com as 774 mil vagas do ano anterior.
A Associação prevê a geração de 630 mil vagas temporárias neste 3º trimestre de 2023 (julho, agosto e setembro). Segundo a Asserttem, o número se equipara ao resultado do ano passado, quando foram geradas 629.880 vagas no período.
Para Graciete Corrêa, diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos no Pará (ABRH/PA), esses dados demonstram uma oportunidade para o ingresso no mercado de trabalho. “Nesse processo o trabalhador deve mostrar suas habilidades, conhecimentos, atitudes e valores. A empresa que contrata mão de obra temporária, geralmente aproveita os melhores para futuras oportunidades”, explica.
Ao andar pelo Centro Comercial de Belém dá para entender o tamanho das demandas por esses profissionais diante das diversas placas que anunciam: “estamos recebendo currículo com ou sem experiência”. Especialmente para aqueles em busca do primeiro emprego, o trabalho temporário pode ser uma excelente oportunidade para adquirir conhecimentos.
“O importante para iniciar os trabalhos é o direcionamento correto e constância. Sei que quando estamos necessitados financeiramente aceitamos qualquer oferta de emprego. Porém, devemos sempre perguntar: esta oportunidade de emprego me aproxima ou me afasta do meu objetivo profissional? Lembre-se, toda experiência fica registrada na sua história profissional”, completa Graciete.
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Segundo a Asserttem, os setores que mais contrataram temporários são a indústria, com 65% das vagas. Em segundo lugar, com 25%, aparece o serviço, que abrange desde cuidados pessoais, assistência técnica de equipamentos e veículos, até restaurantes e padarias. Por fim, o comércio, com 10%, cujo segmento passa desde acessórios no geral, até vestuários e calçados.
FATORES
Corrêa pontua que alguns fatores podem favorecer a geração de vagas temporárias, a exemplo da recuperação econômica após a crise financeira causada pela pandemia da Covid-19. Dessa forma, as empresas têm segurado os investimentos que possibilitam a contratação de efetivos, ou seja, se apoiam no trabalho temporário como uma alternativa para a atual conjuntura da economia.
A representante da ABRH/PA ressalta que essas condições favorecem o empregador. Já no caso do empregado, é preciso “avaliar o quanto consegue, financeiramente, se manter na constância do propósito da carreira” mas que “nem sempre é fácil essa avaliação, já que os boletos continuam chegando” e conclui que “é preciso planejamento até para o enfrentamento das crises”, afirma.
A diretora da Associação reitera que é preciso atender os critérios mínimos para ser escolhido. “Alguns segmentos, como por exemplo, o comércio, em épocas de grandes demandas não são tão exigentes na seleção. Mas, não se engane, o comportamental é avaliado, além do conhecimento técnico operacional”, orienta.
“Outra dica é quanto ao currículo: lembre-se, este é o cartão de visita, portanto, deixe claro seu objetivo, qual o cargo e carreira pretendido. Inclua somente dados que possam ser comprovados. Cuidado com a gramática e seja objetivo. Ao final insira a formação acadêmica e cursos realizados, pois é um dado que o recrutador sempre observa, e por fim, tenha foco na área que deseja”, conclui Graciete.
Sobre o salário pago ao trabalhador que assumiu uma vaga temporária, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) chegou a conclusão de que esse profissional está recebendo em média R$ 1.626, um aumento de 2,5% em relação ao mesmo período do ano passado, que pagava uma remuneração de R$ 1.587.
Serviço
- O trabalho temporário é aquele prestado por um empregado para atender à necessidade de substituição provisória de pessoal de uma empresa, ou ainda, para responder por demandas complementares de serviços que a instituição contratante venha a ter. Nesse caso, constitui-se em um vínculo de trabalho formal de mão de obra temporária.
Em relação aos direitos trabalhistas, esses profissionais estão assegurados conforme a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A peculiaridade é que por se tratar de um contrato por prazo determinado, com data para começar e terminar, o empregado não tem direito ao recebimento do aviso prévio e a multa de 40% do FGTS, mas mantém o restante dos direitos.
Dicas
A diretora de educação da ABRH/PA, Graciete Corrêa, lembra que é preciso ter cuidado com outros fatores para se sair bem durante o emprego. A especialista separou algumas dicas que podem ajudar na consolidação do trabalho.
- Foco nos resultados: garanta sempre a entrega do que lhe foi demandado
- Postura: procure ser gentil, respeite as normas de ética e conduta da empresa. Conheça a cultura da empresa e saiba como se comportar e agir em cada situação
- Comunicação: ao se posicionar, seja objetivo, direto, porém, muito respeitoso
- Feedbacks: peça sempre ao seu gestor uma avaliação sobre sua performance e sua conduta, isso ajuda a ajustar a rota
- Aprendizado: Invista em cursos para desenvolvimento profissional. Esteja aberto a novos conhecimentos e novas habilidades, mas lembre-se que a sua atitude definirá o que você fará com este aprendizado
- Network: procure se relacionar bem com todo mundo
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