A cirurgia pela qual o presidente Lula (PT) deve passar nos próximos meses para tratar a artrose no quadril deve trazer grande impacto em sua qualidade de vida, segundo o médico João Antônio Matheus Guimarães, presidente da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia).
"A artrose de quadril limita muito o paciente porque afeta uma articulação usada para caminhar, sentar, subir escada", explica. "A cirurgia permite ter movimentos livres e sem dor. A maioria dos pacientes se arrepende de não ter feito antes."
Lula tem reclamado de dores e, no mês passado, afirmou que toma injeções diárias e realiza sessões de fisioterapia para tratar o problema. "O presidente tem artrose na perna direita e o tratamento definitivo é cirúrgico", diz o médico cardiologista Roberto Kalil Filho, que acompanha a saúde do mandatário.
Segundo Kalil, ainda não foi definida uma data para a cirurgia. A assessoria de imprensa da Presidência indica que ela pode ocorrer em outubro ou dezembro.
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A artrose no quadril ou osteoartrose ocorre quando há o desgaste nas cartilagens que revestem a cabeça do fêmur e o acetábulo (parte da bacia que se liga ao fêmur).
Formada pela conexão do fêmur (osso da coxa) com o acetábulo, essa articulação sofre com o desgaste das cartilagens que revestem essas duas estruturas ósseas, provocando dor e, muitas vezes, limitando severamente a vida dos pacientes.
Esse desgaste normalmente está relacionado à idade ou ao esforço acomete jogadores de tênis, por exemplo e provoca dor. No começo, os incômodos podem ser minimizados com medicação e fisioterapia, mas o tratamento definitivo é a cirurgia.
Na operação, a articulação danificada é substituída por uma prótese de metal que adere ao osso e é recoberta por estruturas especiais de cerâmica ou polietileno. "É colocado um componente da prótese na bacia e outro na cabeça do fêmur", diz o ortopedista.
Guimarães explica que não costuma ser necessário utilizar anestesia geral e geralmente o corte é feito na lateral da coxa, na altura do quadril.
Pela abertura de sete a dez centímetros, o médico remove as partes danificadas dos ossos, coloca e ajusta as próteses. "O segredo é a colocação adequada dos implantes para que o efeito seja prolongado, não só a qualidade da prótese."
Horas após o procedimento, é recomendado ao paciente sair da cama para evitar riscos como embolia, e na mesma semana tem início a fisioterapia. O paciente deve limitar o esforço por cerca de 20 dias e após três meses é considerado apto para retomar plenamente a rotina.
O especialista afirma que a cirurgia gera benefícios por cerca de 20 anos. Após esse período, pacientes mais novos costumam ser submetidos a uma revisão por conta do desgaste dos materiais utilizados.
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