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Cientista explica risco de mutação gerar pandemia de gripe aviária

Recentemente, o Brasil registrou, pela primeira vez, um foco de gripe aviária em granja comercial, e não apenas em aves silvestres

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Imagem ilustrativa da notícia Cientista explica risco de mutação gerar pandemia de gripe aviária camera | Simone Ribeiro

O Brasil confirmou recentemente o primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial, marcando uma mudança significativa no cenário da doença no país. Até então, os casos haviam sido restritos a aves silvestres. A nova ocorrência acende um alerta entre especialistas, que apontam o aumento do risco de mutações no vírus, especialmente o H5N1, com potencial pandêmico.

O alerta foi feito pelo professor Klinger Soares Faíco Filho, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em artigo publicado na plataforma The Conversation Brasil. Segundo ele, a presença do vírus em ambientes com alta densidade de aves e intensa interação humana, como granjas, eleva consideravelmente a chance de o patógeno sofrer mutações que poderiam facilitar a transmissão entre pessoas — algo que, até o momento, não ocorre de forma sustentada com o H5N1.

O que é o H5N1?

O H5N1 é uma variante do vírus Influenza A, que circula principalmente entre aves, mas também pode infectar mamíferos, incluindo humanos, em determinadas situações. Embora os casos em humanos sejam raros, a taxa de mortalidade entre os infectados é elevada: ultrapassa 50%, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A transmissão entre pessoas ainda é extremamente rara, mas o potencial de mutação do vírus preocupa. "Os vírus Influenza têm a capacidade natural de se modificar. Quando dois tipos diferentes infectam o mesmo hospedeiro, podem trocar material genético e gerar uma nova variante mais perigosa", explica Faíco Filho. Foi o que ocorreu com o H1N1 em 2009, que combinou genes de gripe humana, suína e aviária, e se espalhou rapidamente pelo mundo.

Por que o foco comercial é preocupante

A confirmação da presença do vírus em uma granja comercial muda o nível de risco. O contato constante de trabalhadores com aves infectadas, bem como com fezes, secreções e plumas, amplia as chances de adaptação do vírus ao organismo humano. Além disso, o convívio com outros mamíferos, como suínos e bovinos — que atuam como hospedeiros intermediários — pode facilitar a transição do vírus para o ser humano.

Nos Estados Unidos, surtos recentes em fazendas com gado leiteiro reforçaram essa preocupação. O cenário atual exige atenção redobrada para prevenir a evolução do vírus e evitar que ele se torne facilmente transmissível entre pessoas.

Brasil está preparado?

O país conta com sistemas de vigilância estruturados tanto na saúde humana quanto animal, mas especialistas destacam a necessidade de maior integração entre essas áreas. A abordagem conhecida como “One Health” (Saúde Única) propõe exatamente essa articulação entre saúde humana, animal e ambiental.

Para o cientista, é fundamental monitorar trabalhadores expostos, ampliar a testagem, reforçar o uso de equipamentos de proteção e aprimorar os protocolos de biossegurança nas granjas. Além disso, é necessário intensificar o sequenciamento genético de amostras positivas em aves e em pessoas com sintomas respiratórios nas regiões de risco.

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População deve manter a calma e a atenção

Segundo Faíco Filho, é importante que a população entenda que não há risco de contrair gripe aviária por meio do consumo de carne de frango ou ovos, desde que estejam devidamente cozidos. O verdadeiro perigo está nos ambientes de criação intensiva de aves e na vigilância epidemiológica.

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O cientista reforça a importância da comunicação pública responsável. “Pânico não ajuda. O que precisamos é de atenção técnica, prevenção e resposta rápida — aprendizados que a pandemia de COVID-19 já nos ensinou”, conclui.

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