Antecipar o 13° salário ou até mesmo receber o valor da restituição do Imposto de Renda, pode ser a salvação para quem está com vencimentos urgentes para quitar e não tem de onde tirar no momento. Mas será mesmo que essas antecipações são uma boa opção? É preciso estar atento aos benefícios e desvantagens.
Antes de qualquer coisa, é necessário entender que essa antecipação não passa de um empréstimo. Os bancos e instituições financeiras em geral realizam essas ofertas porque sabem que os clientes irão receber a restituição no futuro e, assim, liberam o valor antes, mas cobram juros.
A educadora financeira Ana Ferrari explica que, no caso de antecipação do 13° salário, o cliente precisa considerar não só o juros, que deve ficar abaixo de 1,8% ao mês, mas o Custo Efetivo Total (CET), que engloba o juros, taxas administrativas, encargos, tributos e seguros. Esses custos variam de acordo com cada banco e contrato de empréstimo. Ou seja, ao final, você paga bem mais que o valor antecipado.
“Na somatória total, esse juros acaba não sendo de 1,8%, mas pode, de repente, ser de 2,5% ou 3,5%, que já significa um valor diferenciado”, destacou. Ana Ferrari ressalta que o ideal mesmo, se possível, é não realizar o empréstimo, já que o desconto mensal da parcela acaba atrapalhando o recebimento dos valores que se está acostumado ao fim do mês.
“É importante tentar viver um padrão de vida de acordo com o seu salário e não recorrer a antecipação de valores. Lá na frente, por exemplo, você pode precisar do décimo terceiro e não vai poder contar. Sempre é bom lembrar que, em janeiro e fevereiro, começam os pagamentos escolares, matrículas, IPVA e IPTU”.
No caso da antecipação do Imposto de Renda, que pode iniciar com juros de 2,5% ao mês, vale lembrar que o pagamento é feito de uma só vez, acrescido dos juros cobrados pelo banco no período e IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Então, corre-se o risco da restituição do valor não ser feita na data estimada, até mesmo porque o declarante errou ou omitiu alguma informação, caindo na chamada malha fina. Dessa forma, o dinheiro só será restituído quando as pendências com a Receita Federal forem resolvidas, o que pode demorar, e o contribuinte terá que pagar o empréstimo da mesma forma, o que pode acarretar em mais dívidas.
“Por conta das inconsistências na declaração, o valor também pode mudar, então é um risco que se corre. O valor de restituição que você estava esperando pode não acontecer e ainda acaba tendo que pagar algum outro imposto”. A educadora financeira orienta ainda que não se deve fazer empréstimos e outras dívidas contando com algo que não é certeza. “Não se deve fazer dívidas com base na restituição, se você vai ganhar, ótimo! Deixe para realizar o que quer, naquele mês, em cima daquele valor”.
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