![O Pará se destaca no combate à criminalidade, em especial, com relação a roubo a banco. Imagem ilustrativa da notícia Pará não tem casos de 'novo cangaço' há quase um ano e meio](https://cdn.dol.com.br/img/Artigo-Destaque/890000/750x400/policia-militar_00893789_0_-t.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F890000%2Fpolicia-militar_00893789_0_.jpg%3Fxid%3D3004404&xid=3004404)
O trabalho das agências de inteligência aliado aos investimentos e estratégias adotadas pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), junto às forças de segurança pública, eliminaram cem por cento os roubos a banco na modalidade "novo cangaço", no Pará, há um ano e cinco meses. A informação é da Secretaria Adjunta de Inteligência e Análise Criminal (Siac), vinculada a Segup, com números divulgados nesta sexta-feira (7).
O roubo a banco na modalidade vapor ou novo cangaço é caracterizado pela violência de grupos criminosos que chegam a um município fortemente armados, dominando a população e as forças de segurança pública, e atacando instituições. O termo foi usado no Pará no início dos anos 2000, mas a forma de atuação também é comum nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil.
Segundo os dados da Siac, em 2024, o Pará não registrou roubo a banco, nessa tipificação criminal, de novo cangaço. Nos anos de 2018, 2019, 2020, 2022 e 2023, foram registrados, respectivamente, 19, 15, 3, 2 e 1 casos. Em 2021, também não houve nenhuma ocorrência do tipo.
A Siac destaca que o último caso ocorreu em 8 de setembro de 2023, em Viseu, nordeste paraense, e todos os casos foram esclarecidos, com as respectivas autorias identificadas e indiciadas.
Com os resultados apresentados, o Pará se destaca no combate à criminalidade, em especial, com relação a roubo a banco. Há alguns anos, o 'novo cangaço' ou domínio de cidade, provocava diversos transtornos e prejuízos econômicos em municípios, destaca o titular da Segup, Ualame Machado.
Prisões e grupos desarticulados
O titular da Segup, Ualame Machado, enfatiza que em alguns Estados do Sul e Sudeste, as ocorrências do gênero aumentaram. "No Pará, a gente tem nos últimos quatro anos o registro de três ocorrências, sendo que nos últimos um ano e cinco meses não tivemos qualquer registro, inclusive o ano de 2024 não teve ocorrência desse tipo de crime, o que demonstra que a gente tem um trabalho de inteligência muito bem feito, visto que algumas prisões foram feitas antecipadas a essas ações que estavam sendo articuladas por grupos criminosos".
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"Além disso, os casos que vieram a ocorrer nos últimos quatro anos, nós demos ampla e integral resposta. Todos os envolvidos foram presos, alguns morreram em confronto, armamento apreendido e até valores recuperados, o que demonstra que estamos atentos e atuando para que o Estado mantenha a estabilidade, siga desarticulando os grupos criminosos e garanta a segurança da população em todos os municipios”, afirmou Ualame Machado.
Ualame Machado acrescenta: "ainda que o Estado não tenha nenhum registro, há um ano e cinco meses, seguimos atuando muito fortemente por meio de investigações, inclusive através do comitê estabelecido, que se reúne para definir e alinhar estratégias com o intuito de continuar atuando com prevenção, que sabemos é o melhor caminho no combate a esse tipo de crime", afirmou.
Estratégias
Os investimentos em inteligência, a troca de informações, inclusive entre outras federações, têm possibilitado investigações meticulosas e o fortalecimento da Delegacia de Repressão a Roubos a Banco e Antissequestro, Delegacia de Repressão a Facções Criminosas (DRFC), vinculadas à Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), junto a todas as ações planejadas e integradas entre as forças de segurança, que possibilitam o enfrentamento a esse tipo de ocorrência e a punição dos envolvidos.
Outra estratégia foi a criação do Comitê Permanente de Enfrentamento às Ações Criminosas Contra Instituições Bancárias e Transportes de Valores, formado por especialistas das forças de segurança para o estabelecimento de estratégias de combate e prevenção da criminalidade na capital e interior, desde o ano de 2022.
Resolutividade
No último assalto, do tipo 'novo cangaço', ocorrido em Viseu, em menos de 72h, as forças de Segurança Pública de forma integrada localizaram os seis envolvidos. Três pessoas foram presas em flagrante e três vieram a óbito, após confronto com as equipes policiais. Nesta ação, foram apreendidos armamentos, explosivos, coletes balísticos, dinheiro, entre outros materiais utilizados pelos criminosos.
O delegado Felipe Castro, titular da Delegacia de Repressão a Roubo a Bancos e Antissequestro (DRRBA), ressalta a importância da atuação da DRRBA no combate e repressão aos crimes que geram uma série de prejuízos à instituição financeira. O roubo na modalidade 'novo cangaço' inclui crimes como "corte" (furto qualificado) e "sapatinho" (extorsão mediante sequestro).
“Frisa-se que crimes na modalidade "novo cangaço " ou "vapor " não ocorrem há quase um ano e meio no Pará. Portanto, é importante enfatizar que ações integradas com outras forças de segurança, o uso de instrumentos de inteligência, de análise, e a investigação de campo têm sido essenciais para identificar os criminosos e desarticular as quadrilhas envolvidas com roubo a banco, garantindo, assim, a redução significativa dos números de crimes em nosso Estado”, afirmou Felipe Castro.
Segundo a Polícia Civil, por meio da DRRBA, de janeiro de 2023 a janeiro de 2025 foram realizadas 22 prisões de envolvidos nessa modalidade. Em outras modalidades, no mesmo período, foram realizadas 20 prisões de envolvidos com corte (furto qualificado contra instituição financeira) e 11 prisões de envolvidos com sapatinho (extorsão mediante sequestro tendo por vítimas funcionários de instituições financeiras, e seus familiares).
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