O ex-primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, faleceu aos 86 anos nesta segunda-feira (12), deixando para trás uma vida repleta de controvérsias. Acusado de abuso sexual por envolvimento com menores de idade, Silvio foi personagem de diversos casos polêmicos e inusitados. Um deles foi quando solicitou que uma stripper se vestisse como o ex-jogador brasileiro Ronaldinho Gaúcho. A revelação foi feita durante seu julgamento, em 2012. Uma testemunha relatou ter presenciado a cena de uma mulher usando máscara imitando o ex-atleta.
Além disso, Berlusconi teria pedido para outras strippers se vestirem de freiras. Após a repercussão, o ex-primeiro-ministro afirmou que as fantasias das mulheres faziam parte de um "concurso burlesco". Ele alegou na época: "Vocês sabem que as mulheres costumam ser exibicionistas por natureza". Silvio promovia festas eróticas chamadas de "bunga-bunga" e teria se envolvido sexualmente com 33 mulheres em dois meses. Em 2010, ele foi acusado de manter relações sexuais com uma dançarina de 17 anos. Negando as acusações, o ex-premiê deu 60 mil euros à adolescente, que posteriormente retirou as acusações. Em 2013, Berlusconi foi considerado culpado por abuso de poder e prostituição de uma menor de idade. Ele foi condenado a sete anos de prisão, mas acabou sendo absolvido dos crimes logo em seguida após recorrer da sentença. Esse escândalo ficou conhecido como "Rubygate".
Conhecido como "o imortal" devido à sua longevidade na política, Berlusconi foi primeiro-ministro da Itália por três mandatos. Em 2011, ele figurava na lista dos homens mais ricos da Itália, ocupando a 118ª posição entre as maiores fortunas do mundo. Ao longo de nove anos, entre 1994 e 2011, ele ocupou o cargo de primeiro-ministro e acumulou grande riqueza nas décadas de 1980 e 1990. Silvio também era apelidado de "o jacaré" (Il Caimano, em italiano), devido às várias cirurgias faciais que realizou em busca de rejuvenescimento, além de usar maquiagem para disfarçar as rugas da idade.
Condecorado como "Cavaleiro do Trabalho" ('Cavaliere del Lavoro') aos 41 anos, ele perdeu o título após a condenação definitiva em 2013, que o sentenciou a quatro anos de prisão e seis de inelegibilidade política por fraude fiscal na empresa Mediaset (rede de televisão). A sentença foi posteriormente reduzida para três anos após uma anistia, e o restante da pena foi comutado para trabalhos comunitários que ele cumpriu em Milão, em uma casa de repouso.
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