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LÍNGUA PORTUGUESA

Chico Buarque recebe o Prêmio Camões após 4 anos de espera

O título havia sido concedido em 2019, mas o ex-presidente Jair Bolsonaro se recusou a entregar o prêmio a Chico.

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Imagem ilustrativa da notícia Chico Buarque recebe o Prêmio Camões após 4 anos de espera camera | (DARYAN DORNELLES/Bravo/Dedoc)

Ganhar um prêmio importante para a literatura é o sonho de muitos escritores, como o Nobel, o jabuti o Prêmio Camões, o maior para escritores de língua portuguesa. Apenas 4 brasileiros levaram o título para casa, entre eles está Chico Buarque de Holanda.

O cantor, compositor e escritor foi vencedor do prêmio em 2019, mas não recebeu o diploma já que o ex-presidente Jair Bolsonaro se recusou a assinar os papéis que davam direito a Chico de ser contemplado. Agora, após 4 anos de espera, o artista vai, finalmente, ser reconhecido oficialmente como vencedor, com a assinatura do presidente Lula.

Além de Buarque, outros 4 escritores também vão receber seus diplomas. Essa demora para a entrega dos prêmios também se deu pela pandemia da Covid-19, como explicou o ministro da cultura de Portugal Pedro Adão e Silva.

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O prêmio Camões foi criado em 1988 "com o objetivo de consagrar um autor de língua portuguesa que, pelo conjunto de sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural do idioma", segundo o Ministério da Cultura (Minc). É considerada a mais importante premiação da língua portuguesa e contempla anualmente autores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Seu nome é uma homenagem ao poeta português Luís de Camões (1524-1580), uma das maiores figuras da literatura lusófona.

Desde então, outros 33 escritores foram agraciados. Foram 14 do Brasil, 14 de Portugal, três de Moçambique, dois de Angola e dois de Cabo Verde (José Luandino Vieira, vencedor em 2006, é luso-angolano; ele recusou o prêmio). Entre os brasileiros laureados, estão Raduan Nassar (2016), Ferreira Goulart (2010), Lygia Fagundes Telles (2005), e Jorge Amado (1994).

O primeiro ministro de Portugal, Antônio Costa, declarou em entrevista que a recusa do Ex-presidente em assinar o diploma foi visto como um esfriamento das relações entre Brasil e Portugal e que, agora, é um momento de 'virar a página'. "Queria sublinhar a importância do dia de hoje, em que depois de sete anos de interrupção retomamos as cimeiras (cúpulas) anuais entre Portugal e o Brasil. Retomamos estas cimeiras na segunda visita que em poucos meses o presidente Lula faz a Portugal e na primeira visita que o presidente Lula faz à Europa", disse.

OBRA DE CHICO BUARQUE DE HOLANDA:

Além de diversos álbuns e músicas, Chico Buarque Chico Buarque estreou como escritor de ficção em 1974, com a novela "Fazenda Modelo". Em 1979, publicou o livro infantil "Chapeuzinho Amarelo". Seu primeiro romance, "Estorvo", foi lançado em 1991. Quatro anos depois, publicou o segundo, "Benjamin". Em 2003, lançou "Budapeste"; em 2009, "Leite Derramado" e em 2014, "Irmão Alemão". Ele também escreveu as peças de teatro "Roda Viva" (1968); "Calabar" (1972, juntamente com Ruy Guerra); "Gota D'Água" (1974, com Paulo Pontes), e "Ópera do Malandro" (1978).

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