Em meio à mobilização da torcida do Flamengo para apoiar o elenco antes do embarque rumo a Lima, no Peru, onde o time disputa a final da Libertadores, um episódio lamentável marcou a cobertura jornalística no entorno do Aeroporto Internacional do Galeão. Durante uma entrada ao vivo no Jornal Hoje, da TV Globo, a repórter Duda Dalponte teve o cabelo puxado três vezes enquanto trabalhava em meio à multidão. A cena, transmitida nacionalmente, gerou forte repercussão e levantou um debate sobre violência contra profissionais de imprensa, especialmente mulheres, em coberturas de grande aglomeração.
O agressor ainda não foi identificado, e até o momento não há informações sobre medidas administrativas ou policiais adotadas após o episódio ocorrido na recepção aos jogadores do Flamengo. A Globo não detalhou se houve registro formal da ocorrência junto às autoridades.
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O pronunciamento da jornalista
Horas após o ocorrido, já em casa, Duda Dalponte, de 35 anos, se manifestou nas redes sociais. Em um vídeo de pouco mais de dois minutos, ela relatou o que sentiu e classificou o episódio como agressão, rejeitando a ideia de que tenha sido apenas um ato de empolgação da torcida.
“Oi gente, tudo bem? Cheguei em casa agora há pouco, depois de um dia bem cansativo. Normalmente essas coberturas com torcida já são bem cansativas, mas hoje foi ainda mais por conta do episódio que aconteceu”, iniciou.
A jornalista explicou que, no primeiro puxão, imaginou se tratar de um acidente comum em meio ao empurra-empurra. Mas logo percebeu que não havia sido casual:
“Na primeira vez que puxaram, achei que tinha sido sem querer. […] Na segunda vez eu entendi que foi proposital e, na terceira, virei para tentar achar quem estava fazendo aquilo. Conversei com alguns torcedores ali, mas a gente não encontrou quem estava fazendo isso.”
Ela afirmou que episódios de tumulto fazem parte da rotina de quem trabalha em coberturas externas — bebidas derramadas, tinta de festa, fones arrancados acidentalmente — mas frisou que o que viveu desta vez ultrapassou qualquer limite aceitável:
“Tem algumas coisas que são brincadeiras, que são só empolgação, e tem algumas coisas que são agressão. O que aconteceu hoje foi agressão. É uma situação lamentável. Fiquei muito triste por ter vivido isso, por isso ainda acontecer.”
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Apesar do susto, a repórter assegurou que seguirá fazendo seu trabalho nas ruas:
“Estou bem. Eu gosto muito de fazer isso, de mostrar a festa dos torcedores, e continuarei fazendo. Espero que esses torcedores sem noção […] tenham vergonha de fazer essas coisas e que não repitam.”
No fim, ela agradeceu as mensagens de apoio que recebeu:
“Obrigada pelas mensagens. Estou lendo quase todas. Fico muito agradecida pelo carinho.”
Quem é Duda Dalponte
Duda Dalponte, 35 anos, é repórter da TV Globo no Rio de Janeiro e atua em coberturas esportivas e jornalísticas de grande repercussão. Reconhecida pelo trabalho em campo e pela presença constante em reportagens externas, ela se destaca pela capacidade de conduzir entradas ao vivo em meio a grandes eventos, multidões e deslocamentos de torcidas — um ambiente que, segundo ela mesma, exige preparo psicológico e técnica para lidar com situações imprevisíveis.
Antes de ganhar espaço no Jornal Hoje e em outras edições da Globo, Duda acumulou passagens por veículos esportivos e experiências em coberturas de competições nacionais e internacionais. Antes de chegar ao Rio de Janeiro, Duda foi apresentadora do Globo Esporte de Santa Catarina.
O episódio no Galeão reforça um problema recorrente enfrentado por profissionais da imprensa: a vulnerabilidade em ambientes de forte aglomeração e a persistência de comportamentos hostis, que desrespeitam o trabalho jornalístico e, muitas vezes, têm recorte de gênero.
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