O Paysandu anunciou ontem sua 39ª contratação na temporada. É o goleiro Matheus Nogueira, ex-ABC. E é provável que o clube abra ainda mais o cofre nos próximos dias. O técnico Hélio dos Anjos já indicou nomes à diretoria, a fim de reforçar o time no esforço em busca da classificação à etapa de quadrangulares da Série C.
Lucca, atacante de 33 anos, que jogou na Ponte Preta no ano passado, sob o comando de Hélio, é um dos primeiros indicados. Joga na Tailândia, onde marcou quatro gols em 10 jogos. Vem para disputar posição com Mário Sérgio ou até para substituir o artilheiro, cuja saída tem sido especulada.
Hélio também teria citado o zagueiro Fábio Sanches, 32 anos, que trabalhou com ele na Ponte Preta e segue no clube, disputando a Série B. Fábio foi jogador do PSC nos idos de 2012.
O novo técnico chegou ontem e foi apresentado oficialmente. No estilo desassombrado de sempre, comandou o treino do dia na Curuzu, observou jogadores e se reuniu com a diretoria. Na entrevista, foi direto ao ponto: não quer saber do passado, vai focar na reabilitação dentro do campeonato.
Exigente, Hélio dos Anjos chega ao Paysandu sem "mimimi"
Nada muito diferente do que já se sabia sobre Hélio. Falou à imprensa, repetiu os princípios disciplinares que costuma aplicar e dirigiu-se à torcida, pedindo que apoie sua estreia no comando da equipe, na partida de amanhã contra o Brusque, no estádio da Curuzu.
Confessou que a insistência dos diretores do Papão foram fundamentais para convencê-lo a voltar ao clube e enfrentar o desafio da Série C. “Disse a um amigo que viria trabalhar num lugar onde gostam de mim”, afirmou Hélio, derramando-se em elogios à torcida bicolor.
Experiente, Hélio sabe que clubes de massa são controlados por suas torcidas, que blinda e derruba treinadores. Por isso, faz os mesmos acenos que marcaram sua passagem anterior e com isso ergue um muro de proteção aos jogadores, que precisam se reabilitar neste sábado.
Na 16ª posição, a dois pontos da zona do rebaixamento, o PSC encara o confronto com o Brusque como uma das nove “finais” que terá pela frente até o fim da etapa de classificação. Pelos cálculos mais atualizados, 30 pontos é a soma de pontos que garante presença no quadrangular.
O Paysandu terá que conquistar 18 pontos – cinco jogos em Belém e quatro fora – para se classificar e pelo menos 10 pontos para não cair. Hélio disse que estava atento à campanha do time, mas evitou comentar o trabalho do antecessor, Marquinhos Santos. Não explicou o motivo de ter recusado o primeiro convite do PSC e a proposta do Remo, e nem precisava.
Carli: com a estrela no peito, para sempre
Nenhum torcedor botafoguense esquece a final do Carioca 2018. Joel Carli (foto) marcou nos acréscimos o gol decisivo contra o Vasco, levando a decisão para os pênaltis. O rival já festejava o título com empate sem gols até os 50 minutos do 2º tempo, mas, depois de um bate-rebate na área, Carli ficou com o rebote e chutou para o fundo das redes. Nas penalidades, o Botafogo conquistou o campeonato.
As circunstâncias daquela final confirmaram a estrela de Carli, um caudilho argentino na grande área botafoguense ao longo de oito anos de glórias e algumas tristezas, mas sempre com raça. Ontem, diante do Magallanes, pela Copa Sul-Americana, ele ganhou uma emocionante festa de despedida na condição de ídolo da torcida do Botafogo.
“Hoje está sendo um dia especial na minha trajetória neste clube que aprendi a amar. Me despedir como jogador profissional vendo novamente o Botafogo forte em uma competição internacional é algo que me alegra muito e que será um prazer vivenciar ao lado dos botafoguenses, familiares, funcionários e amigos. Na nossa casa, com nossas cores. Em família”, escreveu ontem nas redes sociais.
Carli começou no modesto Aldosivi e jogou por muito tempo no Quilmes até desembarcar no Botafogo em 2016, aos 27 anos, dando continuidade à longa tradição do clube em importar argentinos e uruguaios. Desconhecido à época, não despertou inicialmente a atenção dos torcedores.
Logo no primeiro ano, terminou vice-campeão estadual, conquistando os alvinegros pela raça e valentia em campo. Já com a braçadeira de capitão, comandou a zaga na Libertadores de 2017, que terminou com eliminação para o Grêmio depois de grande campanha.
Em 2020, ele se desentendeu com a diretoria e voltou para o Aldosivi. De longe, viu o Fogão ser rebaixado na lanterna do Brasileiro de 2020, um dos momentos mais melancólicos da história do clube. Aceitou retornar um ano depois para encerrar a carreira com a camisa da Estrela Solitária, ajudando muito na vitoriosa campanha de recuperação na Série B 2021.
Ao longo das oito temporadas no Botafogo, Carli conquistou o respeito da exigente torcida e estabeleceu uma forte sintonia com a instituição, principalmente pela entrega em todos os jogos. Não era craque, mas sempre compensou isso dando o sangue com a camisa alvinegra.
“Não é fácil expressar, muitos sentimentos e um carinho enorme que tenho recebido de todos os alvinegros pelas ruas e também aqui nas redes sociais. Deixei tudo de mim por essas cores e agradeço por tudo que vivi. O Botafogo é diferente, especial. Seguirei com vocês sem as chuteiras nos pés, mas com a estrela no peito. Para sempre”, disse na mensagem dirigida aos botafoguenses. Carli deixará os campos para assumir uma função administrativa dentro do clube.
Por pura coincidência, o Botafogo celebra um ídolo que vai continuar no clube e se prepara para a sucessão de Luís Castro, que deve mesmo aceitar a milionária proposta árabe do clube de Cristiano Ronaldo.
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