O fortalecimento de uma economia verde e o desenvolvimento socioeconômico da região Amazônica foram destaque nos dois dias do LIDE Brazil Conference London, evento que reuniu ministros, governadores, empresários e investidores brasileiros e britânicos no The Savoy, em Londres. O empresário brasileiro, CEO do Grupo BBF (Brasil BioFuels), Milton Steagall, defendeu no evento o incremento da produção do óleo de palma, o óleo vegetal mais consumido no mundo.
Segundo Steagall, apesar de o Brasil contar com uma das legislações mais rígidas do globo sobre o cultivo da palma de óleo, que permite o cultivo da planta apenas em áreas degradadas até dezembro de 2007 na região Amazônica, o país ainda é muito tímido na produção deste óleo, que pode ser usado não apenas para a produção de alimentos, mas para a geração de biocombustíveis e energia renovável, fortalecendo a economia verde. A cultura da palma pode ser plantada em 31 milhões de hectares no Brasil, porém, apenas 200 mil de hectares são efetivamente utilizados no país.
“A palma de óleo contou com um trabalho intenso do governo federal e do legislativo em aprovar uma das legislações mais severas para uma cultura agrícola. O trabalho que o governo federal brilhantemente fez com a publicação do decreto em 2010, do presidente Lula, depois pela regulamentação do Congresso Nacional, ainda foi bastante tímido, porque a área plantada no Brasil ainda é muito pequena dentro do potencial”, afirmou durante o painel “Agronegócio: a força do Brasil para a segurança alimentar do mundo”, realizado nesta sexta-feira.
O potencial dessa cultura também foi ressaltado por Joaquim Levy, diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados no Banco Safra, durante o painel “Os novos instrumentos financeiros como fatores de desenvolvimento das nações”, também realizado hoje. Para o ex-ministro da economia, “o biocombustível de aviação sustentável [gerado a partir] da palma brasileira, aproveitando terras que hoje estão ociosas ou degradadas, é uma oportunidade formidável. Mas vamos precisar de um trabalho diplomático de todos os níveis e com isso ajudar a resolver o problema da Amazônia criando fonte de riqueza nessa enorme região”, afirmou em sua apresentação.
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Atualmente, 29,6 milhões de pessoas vivem na região amazônica e, segundo Steagall, é fundamental criar oportunidades de emprego e renda para essa população, desde que se mantenha a floresta em pé. "A gente só vai ter um país justo e falar de impedir o desmatamento quando pudermos oferecer emprego para essa população. Temos 31 milhões de hectares passíveis de ser recuperados com a palma de óleo na região amazônica e a palma não pode ser mecanizada. Esse trabalho é importante porque é inclusivo”, disse, durante almoço no evento em 20 de abril.
Na mesma linha, o governador do estado do Pará, Helder Barbalho, ressaltou a importância da sustentabilidade ambiental e econômica da região Amazônica e a necessidade de a sustentabilidade ambiental dialogar com a sustentabilidade econômica e com a sustentabilidade social.
Novos investimentos
O Grupo BBF atua há 15 anos na região Norte do país e cultiva palma de óleo em áreas degradadas da Amazônia. A companhia é a maior produtora de óleo de palma da América Latina, com plantio em 75 mil hectares. Por ano, mais de 200 mil toneladas de óleo de palma são produzidas pela companhia, que mantém um modelo de negócio verticalizado, em que é possível atuar desde o plantio da palma de óleo, produção de biocombustíveis, biotecnologia e energia elétrica renovável.
Atualmente, o Grupo BBF possui ativos em cinco estados na região Norte do País, mas há expectativa de ampliar essa atuação. Em mesa junto com o senador Davi Alcolumbre, o CEO do Grupo BBF, destacou o interesse em expandir a companhia para novos estados do norte do Brasil, como o Amapá.
O Grupo BBF se destaca como um dos maiores empregadores da região norte do país. São mais de 6 mil empregos diretos e 18 mil indiretos. Além disso, a empresa incentiva mais de 400 agricultores familiares no estado do Pará.
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