Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos da Polícia Federal continua agindo a fim de coibir crimes cometidos em ambientes virtuais, mas que afetam diretamente a vida das pessoas, às vezes de forma grave.
Um adolescente de 17 anos, de Pinheiros, no Norte do Espírito Santo, foi apreendido na última sexta-feira (7), pela Polícia Federal, apontado como um dos principais responsáveis por crimes praticados no aplicativo Discord, plataforma popular entre jovens. Ele vai responder pelos crimes de incitação à automutilação e outros que não foram divulgados pela PF.
Segundo informações da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos da PF, o adolescente já havia sido alvo de busca na casa em que mora. Mesmo com a investigação, ele continuou praticando crimes na plataforma.
O adolescente foi encaminhado ao Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) de Linhares e ficará apreendido à disposição da Vara Única de Pinheiros.
A identidade do suspeito não foi revelada pelo órgão. "O adolescente já havia sido alvo de mandado de busca e apreensão em sua residência e ainda assim, em total descaso com a lei, continuou praticando os mais diversos atos infracionais, tais como incitação a auto mutilação e abuso infantil", disse a PF em nota.
Deu na TV
Em junho deste ano, uma investigação do “Fantástico” mostrou uma faceta sombria do Discord, onde são veiculados conteúdos que abordam automutilação e crueldade contra animais, além de disseminar pornografia, ideias racistas, homofóbicas, misóginas e neonazistas.
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No Discord, diversas meninas foram vítimas de abuso ao serem chantageadas por criminosos. As vítimas passam a serem obrigadas a cumprirem desafios. Caso não aceitem, os abusadores vazam fotos íntimas das jovens.
Como funciona o Discord?
Lançado em 2015 por Jason Citron, um jogador de videogame e programador de computador, o Discord não conta com feed ou linha do tempo com postagens relacionadas às preferências individuais, ou aos perfis seguidos por cada usuário. Em vez disso, ele é dividido em servidores, que funcionam como salas de bate-papo. Cada uma delas reúne um grupo de usuários, que pode chegar a milhões de pessoas, de acordo com um assunto ou interesse em comum.
Os maiores servidores da plataforma são públicos, onde membros se dedicam a discussões sobre jogos específicos, como League of Legends ou Fortnite. Em outros casos, se formam comunidades para debates sobre arte, música ou inteligência artificial. A ideia é semelhante aos grupos do Facebook.
Por outro lado, existem também servidores privados no Discord. Nesses casos, é necessário um convite para ingressar no bate-papo, que costuma ter uma quantidade menor de membros. Em sua maioria, são um espaço digital para reunir um grupo de amigos, onde podem trocar mensagens ou participar de uma ligação enquanto jogam videogames.
No entanto, são os servidores privados e, consequentemente menores, que facilitam a atuação de criminosos. Devido à natureza desses pequenos servidores, eles geralmente recebem menos atenção dos moderadores da plataforma, que priorizam a supervisão dos grupos mais populares. São nesses grupos que os crimes acontecem.
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