Considerado um dos mais belos momentos da quadra nazarena, a romaria fluvial do Círio de Nazaré leva a imagem Peregrina de barco pelas águas da Baía do Guajará, rumo ao centro de Belém. Este ano, o Círio fluvial será realizado no dia 7 de outubro, sábado que antecede a grande procissão do Círio. Centenas de embarcações percorrem um trajeto de aproximadamente 18 km, entre o trapiche do Distrito de Icoaraci e a escadinha do Cais do Porto, no bairro da Campina, em Belém.
Realizada desde 1986, a romaria fluvial é um momento dedicado para as comunidades ribeirinhas e para os trabalhadores dos rios e igarapés da Amazônia expressarem devoção e gratidão à Nossa Senhora.
Os fiéis aguardam ansiosamente. É o caso da vendedora ambulante Leniu da Costa Baia, 93 anos, que trabalha há mais de 40 anos próximo à estação das Docas. “Eu sou muito privilegiada. Quando acontece a descida do Glória, sou uma das primeiras a receber sua bênção. É um sentimento indescritível, se tornou tradição. Todos os anos estou aqui no mesmo lugar trabalhando e vendendo meu cafezinho. No sábado eu chego cedinho, depois disso já fico direto acompanhando toda a programação até o momento do Círio. As vendas são muito boas, muitas pessoas param para fazer um lanche enquanto aguardam a chegada”, explica.
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Já a vendedora de maniva Simone Abreu, 53, diz que durante a passagem da santa ela fica na correria atendendo os clientes, mas que sempre arruma um tempinho. “Eu sou muito devota de Nossa Senhora de Nazaré, sempre participo do Círio de Nazaré. Eu vendo durante o Círio fluvial, fico na correria, mas quando ela passa eu dou uma olhadinha, a gente tem que agradecer. Mas no domingo do Círio eu vou acompanhando. Eu acredito que esse será o Círio dos Círios”, disse Simone.
O pescador Paulo Costa dos Santos, 36 anos, morador do município de Chaves, diz que chegou a participar da romaria fluvial alguns anos atrás com a sua embarcação. Mas hoje em dia só vê a passagem. “Eu e minha família somos muito devotos e gratos a Nossa Senhora de Nazaré que nos abençoa navegando por esses rios”, conta.
A expectativa é grande também no distrito de Icoaraci. O dono de barco Rogério Pimentel, 38 anos, fala que já tem procura pelas passagens da sua embarcação para acompanhar a Romaria Fluvial deste ano. “Eu sempre participo fazendo os passeios para o Círio fluvial. É uma forma de garantir uma grana a mais. Já estou organizando o passeio e já estamos tendo muita procura”, afirma.
A vendedora ambulante Alessandra da Silva, 45, vende cafezinho e salgados no trapiche. “Todos os anos eu acompanho assim, graças à nossa padroeira, na beirada do trapiche. Eu chego bem cedo para vender, trago umas quatro ou cinco garrafas de café e vende tudinho”, garante.
O barbeiro Jorge Pereira, 66 anos, diz que é muito privilegiado em ter uma vista tão exuberante de frente para a sua barraca. Ele é o único barbeiro da orla e trabalha há mais de 43 anos neste ofício. Ele chega 5h para montar sua barraca todos os dias de frente para a Baía do Guajará. “O círio fluvial movimenta bastante a orla, somos muito privilegiados em ter esse momento que é tão aguardado por todos. Eu acompanho aqui da minha barraca, não tem descrição esse momento em que ela passa por aqui”, descreve.
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