Samara Felippo, 44, falou sobre as diferentes formas de abusos sofridos e destacou que "deve" ter sido estuprada, mas que na época "não tinha consciência" da violência sofrida. A atriz abordou o assunto no podcast Theorapia. Ao ser questionada pelo apresentador Theodoro Cochrane sobre assédios e abusos sofridos, ela destacou que esses episódios não aconteceram apenas na vida profissional.
"Na [vida] pessoal eu acredito que tenha sido bem abusada, sim. Estupro pode ser um beijo roubado... Devo ter sido [estuprada e não tinha consciência] nenhuma, você entende? Acho que não existe uma mulher que não passou por esse tipo de abuso", iniciou.
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Felippo relembrou a época em que modelava na adolescência e contou que eram homens que passavam óleo nos corpos das meninas, o que ela disse ser um "absurdo". "Lembro que eu tinha 15 anos, comecei a modelar, sempre fui muito bonita, hoje olhando para trás, lembro [de ter ocorrido] abusos, eu ia fazer a seleção para um catálogo de biquínis, e lembro que era um cara que passava o óleo nas meninas. Isso é um absurdo, entende? Aquilo hoje atravessa o meu corpo. Na época me incomodou, mas eu não conseguia nomear, era um incômodo que você não sabia o que estava acontecendo. Isso pode? Isso não pode? Porque minha mãe na época também não me ensinou. Então, sim, eu fui crescendo com abusos, sejam emocionais ou físicos, e em relacionamentos", falou.
Em relação aos abusos profissionais, Samara Felippo citou abusos de poder no âmbito profissional. "Passei por muitos empregos, por muitos deles eu, de alguma forma, não só eu, como muitas mulheres, passou por um abuso 'fecha a boca tem que emagrecer', 'não tem cara de virgem', ou amigas minhas que realmente perderam o papel porque não saíram com o diretor, com o produtor. Isso existe, não tem como negar", completou.
COMO DENUNCIAR VIOLÊNCIA SEXUAL
Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos.
O exame pode produzir provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial. Pode ser feito a qualquer tempo depois do crime. Mas, por se tratar de provas que podem desaparecer, recomenda-se que o exame seja feito o mais próximo possível da data do crime.
Em casos flagrantes de violência sexual, o telefone 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados.
O Ligue 180 também recebe denúncias de violência doméstica, mas não casos em flagrante. O número também orienta e encaminha a vítima para serviços de acolhimento na cidade. Também é possível acionar pelo WhatsApp (61) 99656-5008.
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