Um dia após a morte da líder quilombola Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, o filho da vítima lembrou nesta sexta-feira (18) que a mãe havia pedido mais proteção ao Supremo Tribunal Federal (STF) semanas antes de morrer.
De acordo com o jornal O "Correiro", Wellington Pacífico contou ao veículo de comunicação que a família já estava sofrendo ameaçãs.
"Ela falou, pediu por mais segurança e eu estava presente no dia. Nós somos perseguidos, as nossas lideranças são mortas. Eu perdi meu único irmão há seis anos e, agora, perco minha mãe da mesma forma, através de execução", disse ao jornal.
Em julho, durante um encontro, a líder quilombola já havia denunciado à ministra Rosa Weber.
"Acho que quando chega até a morte, a revolta já é muito grande. O descaso das autoridades, principalmente quando se trata do povo negro [...] Recentemente, perdi um outro amigo e amiga de quilombo também. É o que nós recebemos: ameaças. Principalmente, de fazendeiros e de pessoas da região. Hoje, vivo assim: não posso sair que estou sendo revistada, minha casa é toda cercada de câmera, me sinto até mal com um negócio desse. Mas é o que acontece ", revelou.
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Maria Bernadete foi morta a tiros no Quilombo Pitanga dos Palmares. Os assassinos teriam invadido o terreno onde ela estava, fazendo vários familiares reféns e executando a liderança no local.
Mais uma morte na família
Há quase seis anos, em 2017, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, mais conhecido como Binho do Quilombo, foi assassinado na Bahia.
Lula se manifestou
O presidente Lula (PT) prestou solidariedade a amigos e familiares de Maria Bernadete
Em nota, a Conaq (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas) exigiu que o Estado brasileiro tome medidas imediatas para a proteção das lideranças do Quilombo de Pitanga de Palmares.
Com informações de UOL.
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