A busca por espaços no trânsito caótico dos centros urbanos vem aumentando a necessidade por meios de transporte mais alternativos, em relação aos carros e motocicletas. Neste cenário, cresce a procura por bicicletas elétricas, um tipo de veículo que pode oferecer uma maior mobilidade e conforto aos ciclistas.
Bikes elétricas, ciclomotores, bicicletas motorizadas, são diversos os modelos de veículos de duas rodas que vêm ganhando o gosto do público, principalmente nas grandes metrópoles.
Em Belém, a procura por veículos deste tipo também cresce, sobretudo, em lojas especializadas na venda dos meios de transporte sobre duas rodas.
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É o caso da Amazon Bike Store, que tem vendido muitas unidades de bicicletas elétrica na capital paraense. De acordo com Fabrício França, gerente da loja, em 2023 a busca pelas bikes aumentou consideravelmente.
“Temos vendido nos últimos meses uma a duas por mês, um número muito maior do que no ano passado. Nestes primeiros seis meses de 2023 já vendemos o dobro do ano inteiro passado e já temos perspectiva de continuar vendendo mais”.
No entanto, os interessados em utilizar esses veículos devem estar cientes que o investimento é alto. Uma bicicleta elétrica pode custar em média R$ 30 mil reais. Apesar do valor, Fabrício garante que as bikes de pedal assistido, como são chamadas, ajudam muito em situações específicas.
“As pessoas que geralmente procuram as bicicletas elétricas buscam fazer trilha e participar de eventos na nossa região. Geralmente são pessoas que já tem idade elevada e querem acompanhar os amigos mais novos na prática do ciclismo, ou alguém que possui problemas físicos, como uma cirurgia no joelho”, explica o gerente.
Mas antes de utilizar uma bicicleta elétrica é preciso que os ciclistas fiquem atentos ao que diz a legislação do Detran. De acordo com o código de trânsito, é obrigatória a habilitação de CNH A para veículos de duas rodas que tenham velocidade acima de 50 km/h, potência de 351 watts até 4.000 watts e capacidade de autonomia para propulsão.
Segundo Fabrício França, as bicicletas elétricas não ultrapassam os 50km/h e inclusive possuem tecnologia de manutenção da velocidade, para não atingirem o limite permitido em lei.
No entanto, existem modelos que podem ultrapassar os limites de velocidade e são categorizados como ciclomotores. Estes veículos tornam obrigatória a carteira de Habilitação A para que sejam utilizados em vias públicas.
Em entrevista ao DOL, o diretor técnico-operacional do Detran no Pará, Bento Gouveia, deu algumas dicas e cuidados que os condutores de bicicletas elétricas devem ter.
“O que a gente sugere aos condutores é que eles têm que conhecer bem o veículo. É uma novidade, nem todo mundo conhece, as vezes compra e não sabe o funcionamento. Precisa saber que a velocidade dentro de uma ciclovia tem que ser menor, e também ter mais cuidado com os outros ciclos, que são de propulsão humana”.
Bento também explica de que forma os ciclistas devem se comportar no trânsito, inclusive quando não tiver ciclovia.
“Nesses casos a bicicleta tem de seguir sempre pelo lado direito, andar o mais próximo da calçada, para que possam ter mais segurança. É importante dizer que todo veículo de propulsão humana, motor elétrico, qualquer um, ele é um veículo e precisa respeitar uma placa de pare, um semáforo, um proibido estacionar, ele tem que respeitar a legislação de trânsito. Uma bicicleta, mesmo de propulsão humana, pode causar acidentes graves e até causar a morte”, conclui o diretor técnico-operacional.
Ciclismo com tecnologia
Quem opta pelas bicicletas elétricas colhe os benefícios deste veículo tão tecnológico. Foi a decisão de Fábio Inagaki, empresário que há um ano adquiriu uma bike de pedal assistido, como são conhecidas, para continuar praticando o ciclismo sem sentir dores.
“Eu já tive muitas lesões no joelho e com a bicicleta logicamente eu comecei a forçar mais. Eu passei a andar com uma galera mais jovem e já não conseguia mais acompanhar o ritmo deles. Cada um respeita o seu biótipo, o seu ritmo, mas como eu queria acompanhar eles, decidi ter o pedal assistido”, conta o ciclista.
Bikes como a utilizada por Fábio tem regulação de marcha nos pedais, que garantem mais comodidade para pedalar por longas distâncias.
“Se eu poupar a bateria dela consigo percorrer 100 km. Dentro desse percurso, vou regulando na marcha de potência dela. Se o pedal for mais curto, aí eu abuso mais do nível de assistência e tudo isso eu regulo por um aplicativo”
Fábio afirma que a bicicleta elétrica trouxe novamente o prazer de praticar o ciclismo, atividade presente na vida dele em praticamente todos os finais de semana.
“Quando eu tava pedalando (com bicicleta normal), depois de 100 km, eu voltava pra casa muito exausto. Hoje em dia, não. Hoje em dia eu tô de boa, porque a bike é uma atividade prazerosa, mas tava chegando num nível que se tornou sofrimento, então quando chegou a bike com assistência foi um casamento perfeito pra mim”, explica o empresário.
Confira abaixo alguns modelos de bicicletas elétricas e seus respectivos valores:
Com o objetivo de dar mais visibilidade e acesso à novidade das bikes elétricas, a Equatorial Energia Lançou o Eletroposto, um ponto de recarga gratuito para veículos elétricos, que fica localizado no Porto Futuro, em Belém.
O espaço abriga bicicletas elétricas que são disponibilizadas pela empresa para qualquer cidadão usar. Basta baixa o aplicativo “E+ Mobilidade Elétrica”, cadastrar seus dados e apontar a câmera para o QR code que fica na bike.
O engenheiro de eficiência energética da Equatorial Energia, Willian Melo, destaca que a ideia do posto elétrico é de incentivar a sustentabilidade em Belém.
“A ideia do Eletroposto é beneficiar os clientes que, assim como nós, tem essa pegada sustentável. A pessoa pode retirar a bicicleta, usufruir desse benefício e aí, de repente, gostar e futuramente adquirir um bem sustentável como esse".
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