Lançado no dia 17 de julho, o programa Desenrola Brasil mostra que a população brasileira quer voltar a ter crédito e resolver seus problemas com dívidas. No Pará, o número de negociações de dívidas aumentou 57,95% desde a criação do programa. Somente com a intermediação do Serasa Limpa Nomes, mais de 33.570 consumidores paraenses já buscaram um acordo para quitação de débitos. Do valor total das dívidas acumuladas pelos paraenses, foram concedidos descontos que somaram quase R$ 73 milhões.
O governo federal criou o Desenrola Brasil com o objetivo de contribuir para limpar o nome de milhões de brasileiros que acumularam dívidas ao longo dos últimos anos. O programa tem como principal objetivo reintroduzir pessoas com restrição de crédito na economia, permitindo melhores condições de renegociação de suas dívidas.
O sucesso da iniciativa criada pelo Ministério da Economia fez com que, nos primeiros 10 dias de lançamento, o tema “Desenrola Brasil” ficasse entre os 50 mais buscados em pesquisa do Google Trends.
Levantamento divulgado pelo Serasa - empresa que oferece soluções financeiras para pessoas físicas, como consulta gratuita ao próprio CPF, Serasa Limpa Nome, Cadastro Positivo, crédito entre outras - mostrava, que, em junho, 40,34% da população do Pará estava inadimplente. Naquele mês havia mais de 10 milhões de ofertas de negociação de dívidas disponíveis pelo Serasa Limpa Nome.
No Brasil, o total de endividados chegou a 43,78% da população no mês que antecedeu o lançamento do Desenrola Brasil. Do dia 17 a 23 de julho, de acordo com a Serasa, foi registrado aumento de 62% nas consultas sobre negociações.
As renegociações não bancárias somaram 814.221 acordos. Foram concedidos descontos que somaram R$ 2,6 bilhões ao consumidor brasileiro, aumento de 90% em relação a junho. Nessa categoria as mais negociadas foram: Segundo o levantamento apresentado, a maior parcela das dívidas corresponde a Bancos e Cartões de Crédito (31%). Em seguida aparecem as contas de energia e fornecimento de água (22,1%), débito com varejistas (11,4%) e contas de serviços e telefonia que representam 10,6%, e 4,8%, respectivamente.
Entre as instituições que aderiram ao programa estão empresas varejistas que acumulam grande número de clientes com dívidas em cartões de crédito oferecidos por redes de lojas como Magazine Luiza, Extra, Ponto Frio, Marisa, Assaí e Hipercard, que são emitidos pelo Itaú, e da empresa Renner, cuja financiadora é a Realize CFI.
Para facilitar a quitação de dívidas, a Serasa também disponibiliza negociações de parte das dívidas pelo aplicativo. a Serasa já disponibiliza as ofertas em seu aplicativo e site. De acordo com a plataforma, no aplicativo ou no site da Serasa, o consumidor precisa apenas fazer um breve cadastro, colocando nome, CPF, data de nascimento e e-mail para validação. Em seguida, já pode acessar o app ou o site da Serasa e confirmar se tem ofertas com descontos especiais em seu nome.
“Em até 3 minutos, e de maneira gratuita, é possível negociar diretamente pelo aplicativo da Serasa, usufruindo de toda a segurança que nosso ecossistema oferece”, explica Aline Maciel, gerente da plataforma Limpa Nome. O aplicativo da Serasa está disponível no Google Play e na App Store.
Não há teto para dívidas que podem ser negociadas
O primeiro balanço preliminar divulgado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostrou que, nos primeiros dias de lançamento do Desenrola Brasil, foram negociados cerca de meio bilhão de reais em volume financeiro, com adesão de 2 milhões de registros de clientes que tinham dívidas bancárias de até R$ 100,00 e que, a partir do lançamento do programa, foram desnegativados.
Os bancos associados à Febraban repactuaram dívidas que chegam a quase R$ 500 milhões em volume financeiro, exclusivamente pela Faixa 2, em mais de 150 mil contratos de dívidas. Os clientes poderão aderir ao programa até o dia 31 de dezembro.
A Febraban esclarece em nota que cada banco tem sua estratégia de negócio, adotando políticas próprias para adesão ao Programa. As condições para renegociação das dívidas, nessa etapa, serão diferenciadas e caberá a cada instituição financeira, que aderir ao programa, defini-la.
A Serasa também promoveu renegociações bancárias, que somaram 231.941 acordos, aumento de 60% nesta categoria realizados pela plataforma, que é parceira de bancos integrantes do programa, entre eles Nubank, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Itaú. Outros bancos como Banrisul, Daycoval, Inter, PagBank e Pan também confirmaram que participarão do Desenrola Brasil. O total de dívidas financeiras renegociadas pela Serasa foi de 15,2% do total de brasileiros e brasileiras inadimplentes.
A primeira fase do programa Desenrola Brasil, chamada de Faixa 2, entrou em vigor no dia 17 de julho com foco em consumidores com renda mensal de até R$ 20 mil, que poderão procurar os bancos para renegociarem suas dívidas. Não há teto no valor das dívidas que podem ser renegociadas. Ao menos dez bancos já confirmaram participação.
A Faixa 1, segunda etapa, deve começar em setembro e atenderá consumidores de baixa renda, que ganham até dois salários mínimos e vai permitir renegociações de até R$ 5 mil.
PARA ENTENDER O DESENROLA
Os brasileiros que tinham dívidas de até R$ 100 com os bancos em 31 de dezembro de 2022 terão o débito retirado da lista de nome sujo na primeira etapa do programa Desenrola Brasil, que entrou em operação em 17 de julho. Continuará com o nome sujo quem tiver dívidas de outras origens que não seja bancária.
A previsão é que 1,5 milhão de pessoas tenham o “nome limpo” para que possam, por exemplo, negociar outros empréstimos e assinar contratos de aluguel.
A saída da lista não representa o perdão da dívida. A pessoa terá de procurar o banco para solicitar sua adesão ao programa e renegociar a dívida pela faixa 2 do Desenrola Brasil. Para isso, ela precisa receber entre R$ 2.640 (dois salários mínimos) e R$ 20 mil por mês, de acordo com a Febraban.
Se o cliente não pagar no prazo que for negociado com o banco, o nome voltará à lista de inadimplentes.
A adesão à faixa 1 do Desenrola deve começar em setembro. Ela é voltada para quem recebe até R$ 2.640 por mês e entrou na lista de negativados a partir de 1º de janeiro de 2019, permanecendo com dívida ativa até 31 de dezembro de 2022. O valor a ser negociado terá limite de R$ 5.000.
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