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Movimentos realizam marcha em favor da mulher negra

Marcha seguiu da Associação Afro Religiosa e Cultural Morada de Oxóssi até o Portal da Amazônia

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Imagem ilustrativa da notícia Movimentos realizam marcha em favor da mulher negra camera Mulheres e apoiadores que saíram da Associação Afro Religiosa | FOTO: ANTONIO MELO

Movimentos sociais e coletivos femininos afros realizaram, na noite de ontem (25), a 8ª Marcha das Mulheres Negras, em Belém. O encontro é alusivo ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, que faz referência aos 32 anos do primeiro encontro das mulheres negras, ocorrido na República Dominicana, em 1992, que tem o mesmo objetivo de luta contra o racismo contra mulheres, por meio da adoção ou aplicação de políticas públicas de afirmação.

O tema da marcha deste ano foi “Conhecimentos de Mulheres Negras, com Independência e Afetos na Amazônia”, que reuniu centenas de mulheres e apoiadores que saíram da Associação Afro Religiosa e Cultural Morada de Oxóssi, no Jurunas, até o Portal da Amazônia. “O tema é cabível porque nós mulheres negras temos representatividade em nossas lutas, baseado em conhecimento e independência”, disse Sandra Helena.

Ainda de acordo com as manifestantes, os saberes das mulheres negras as credenciam a ocuparem espaços protagonistas na sociedade, que as possibilitem combater o racismo. “Se para todas as mulheres predomina o machismo, imagine para uma mulher negra. Para se ter uma ideia, de acordo com o Anuário de Segurança Pública, cerca de 46% das mulheres desempregadas são negras, 36% da população carcerária feminina são mulheres negras”, afirmou Leila Palheta.

“A gente acrescenta também outras situações, como falta de políticas educacionais, assistenciais; violência doméstica e sexual, falta de melhorias de moradias, principalmente de regiões quilombolas, entre muitos outros problemas que atingem de maneira mais frequentes nós mulheres pretas”, completou Ariane Dias, 28 anos, assistente social.

A 8ª Marcha das Mulheres Negras exerce o papel, além da conscientização, também de ingressarem na política como forma de lutarem por leis que ajudem no combate ao racismo e por mais direitos. “Temos que usar o nosso conhecimento, nossos saberes, para ingressar nos parlamentos para que lutemos por políticas públicas para todas as mulheres negras”, concluiu Leila Palheta.

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