Uma equipe de pesquisadores anunciou a descoberta do fóssil de uma espécie de mosca gigante já extinta e até hoje desconhecida, presa em uma peça de âmbar báltico. Acredita-se que o inseto tenha entre 34 e 48 milhões de anos. Ela pertence ao grupo Calyptratae e foi batizado como Christelenka multiplex. O estudo foi publicado na revista Arthropod Systematics & Phylogeny
De acordo com os cientistas, identificar a nova espécie não foi uma tarefa fácil. “O âmbar obscurece muitas das características mais importantes do espécime que permanece fossilizado em seu interior e a microscopia tradicional não nos permite visualizá-las em detalhes”, explicou Viktor Baranov, coautor do estudo e pesquisador da Estação Biológica de Doñana, na Espanha.
Formiga de 35 milhões de anos é encontrada na Europa
A equipe então teve que recorrer às técnicas de visualização mais avançadas, utilizando exame de tomografia computadorizada. Nas imagens, o espécime apresentava uma combinação peculiar de caracteres morfológicos que não apresentavam sinais aparentes de relação com nenhuma das outras famílias do grupo Calyptratae, subseção dos insetos Diptera.
'Menor gambá do mundo' é encontrado na Austrália
Trata-se de um grupo muito numeroso e diversificado ao qual pertencem importantes polinizadores que desempenham funções cruciais nos ecossistemas. No entanto, seus fósseis são extremamente raros, por isso há um grande desconhecimento sobre sua história evolutiva.
A investigação deste grupo de moscas contribui também para o conhecimento da biodiversidade da entomofauna, que inclui insetos e outros artrópodes, na chamada floresta de âmbar do Báltico, onde o fóssil foi encontrado. “Com base nas descobertas atuais, parece que a diversidade de Calyptratae, era muito alta neste ecossistema, provavelmente maior do que em toda a Europa contemporânea”, enfatiza Jindrich Rohácek.
Fóssil de baleia pré-histórica é achado em floresta
Os especialistas acreditam que essa diversidade está relacionada ao rápido desenvolvimento da vegetação no início do Eoceno durante o chamado máximo climático. Esse período ocorreu há cerca de 49 milhões de anos, aproximadamente 20 milhões de anos após a catastrófica extinção da fauna e da flora no Cretáceo-Terciário, conhecida como K-T, que eliminou 75% das espécies da Terra, incluindo os dinossauros.
Comentar