
O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) apura a compra de uma fazenda avaliada em R$ 16 milhões pelo prefeito de Ananindeua, Daniel Santos (PSB). A investigação aponta que parte do valor teria sido paga por empresas que possuem contratos ativos com o município.
Segundo documentos obtidos pela CNN, as apurações indicam que empresas contratadas pela prefeitura teriam efetuado pagamentos indiretos de bens em nome do prefeito, incluindo a fazenda localizada em Tomé-Açu, veículos de luxo e um apartamento em Fortaleza (CE).
As provas incluem mais de 200 páginas de transcrições de mensagens entre Daniel Santos, a empresária Bruna Francisco Almeida Rodrigues — identificada como proprietária da fazenda —, o vice-prefeito Hugo Fernando de Souza Athayde, o empreiteiro Danillo da Silva Linhares e Liane Cristina Peres Farias Silva, responsável financeira de uma construtora.
De acordo com o MPPA, as conversas começaram em 2019, tratando da negociação da fazenda por R$ 16 milhões. O pagamento teria sido acordado com entrada e parcelas subsequentes. Com dificuldades no pagamento, empresas ligadas ao empreiteiro teriam assumido parte das parcelas, de forma fracionada, para contas indicadas pela vendedora.
O promotor Arnaldo Azevedo afirmou que o caso indica possível prática de improbidade administrativa, corrupção e lavagem de dinheiro.
Compra de aeronave
O MPPA também investiga a compra de um avião avaliado em R$ 10 milhões, que teria sido pago por uma empresa terceira com contrato junto à prefeitura. Um documento da empresa Maia Aviation Importação e Exportação é citado como indício de que a transação teria beneficiado o prefeito, por meio da pessoa jurídica Agropecuária J D Eireli.
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O depoimento da vendedora da fazenda foi incluído na investigação, com detalhes sobre os pagamentos e informações sobre a propriedade.
Posicionamento
Em suas redes sociais, o prefeito afastado afirmou que considera a operação uma perseguição política e disse que vai recorrer da decisão judicial que determinou seu afastamento.
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