O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta sexta-feira (28) a realização de concursos públicos pelo governo federal, para reposição de cargos e suprir carências resultantes da falta de contratação.
Lula ainda afirmou que é preciso "ter gente atrás do balcão".
"Às vezes, há uma incompreensão, não sei se por má-fé ou não, mas toda vez que a gente fala em fazer concurso algumas pessoas começam a falar 'começou a gastança, começou a gastança'. As pessoas não querem compreender que para melhorar qualquer serviço público, em qualquer país do mundo, você tem que contratar seres humanos, mulheres e homens para fazer o serviço que somente o ser humano pode fazer", afirmou o presidente.
"Não é porque estamos em um mundo desenvolvido, do ponto de vista digital, que a gente vai prescindir do ser humano. O ser humano precisa do ser humano. A nossa relação é uma relação química. E nós precisamos de gente atrás do balcão para cumprimentar, para sorrir para ouvir, para dizer sim, para dizer não", completou.
O mandatário participou de cerimônia no Palácio do Planalto, na qual sancionou o projeto de lei que abre espaço para o reajuste de 9% para servidores públicos federais. Lula também assinou uma medida provisória determinando esse aumento.
O presidente saiu em defesa do serviço público, indicando que vai fortalecer com concursos e também com reajustes para os profissionais
Também participaram do evento a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, e o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.
Após o evento, Esther Dweck confirmou que vai abrir concurso para 502 vagas para a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e que a pasta deve autorizar em breve seleção para o Ministério do Meio Ambiente.
A ministra também informou que o valor previsto no orçamento para a realização de concurso está em torno de R$ 2 bilhões e que a expectativa é anunciar todo o cronograma até o final de maio. Está sendo estudado o número de 8,5 mil vagas, embora ainda não esteja fechado
O texto sancionado por Lula prevê o reajuste de 9% para todos os servidores públicos federais civis, incluindo aposentados e pensionistas. A lei, na prática, abre espaço nas contas pública para destinar esses recursos para o aumento salarial
Lula também assinou uma medida provisória que determina o reajuste proposto.
A proposta, que havia sido enviada pelo governo, foi aprovada pelo Congresso Nacional nesta quarta-feira (26). Com a sanção, Os novos valores já passam a valer no mês de maio e são acompanhados de mais R$ 200 no vale-alimentação.
O reajuste será concedido de forma linear a todas as categorias e começa a contar a partir da folha de pagamento de 1º de maio, sendo pago no vencimento do mês seguinte. O governo afirma que serão beneficiados diretamente mais de um milhão de pessoas.
O custo da medida para os cofres públicos será de R$ 11,2 bilhões, montante já previsto na LOA (Lei Orçamentária Anual).
Também presente no evento, o ministro Luiz Marinho criticou a política de juros do Banco Central. Os ataques à instituição e à taxa básica viraram uma tônica nos últimos meses, partindo do próprio Lula. O mandatário dessa vez, no entanto, não abordou o tema.
"Evidente que tem um entrave colocado nesse momento que é o posicionamento do Banco Central brasileiro que insiste em achar que ainda não tem os parâmetros técnicos para poder iniciar uma redução dos juros no país", afirmou Marinho.
"Não estamos pedindo absolutamente, não é pelo presidente Lula, pelo governo, é pelo país, é pela geração de empregos e de oportunidades. A redução dos juros seria uma injeção na veia da retomada dos empregos formais do país, retomada do crescimento da economia.
Após o evento, Marinho também disse que o compromisso de Lula mantém o compromisso de isentar de Imposto de Renda os salários de até R$ 5 mil. Mas, disse que as próximas faixas de isenção serão discutidas quando as condições fiscal e econômica permitirem.
Em fevereiro, quando também anunciou a elevação do mínimo para R$ 1.320, Lula havia aumentado a faixa de isenção para R$ 2.640.
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