A Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) é a primeira instituição de ensino superior do Brasil a firmar um acordo internacional para cooperação técnica, científica, educacional e cultural com a Universidade de Hohai (Hohai University), da China. A assinatura do acordo ocorreu na manhã de ontem (31), durante um evento híbrido realizado no campus sede da Ufra, em Belém, com a participação de representantes das duas instituições de ensino e da empresa chinesa Zhuhai Sino-Lac Suplly Chain. A assinatura do acordo marca o início dos trabalhos do projeto de desenvolvimento de biofertilizantes para a recuperação de áreas degradadas no solo da Amazônia, implementado pela Ufra.
Os biofertilizantes orgânicos foram desenvolvidos pela Universidade de Hohai e serão enviados para a equipe técnica da Ufra com o objetivo principal de fomentar a atividade de produtores rurais em diversos municípios paraenses, conforme explicou Anderson Braz, docente da Ufra e coordenador do projeto.
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A ideia é beneficiar as atividades de agricultura e pecuária promovidas no território paraense por meio da utilização de materiais orgânicos criados especialmente para atender as características do solo e clima amazônicos. Dentre os benefícios, os produtos podem promover o melhoramento da qualidade e fertilidade do solo.
“O projeto visa o desenvolvimento de biofertilizantes orgânicos voltados para as condições específicas da Amazônia. A Sino-Lac e a Universidade de Hohai, em parceria com a gente, com base nos nossos estudos sobre solos, o cultivo, plantas e principais produtos da nossa região, desenvolveram um fertilizante, que tem potencial para minimizar um pouco o impacto da guerra entre os maiores controladores de fertilizantes do mercado global (Rússia e Ucrânia). Isso encarece o produto”, disse. “Junto com esse fertilizante produzido na China, vamos combinar com pó de rocha da nossa região. Gera um subproduto rico em potássio, que é um dos macronutrientes essenciais para as plantas. Uma planta saudável é menos acometida por doenças e, assim, a produção acaba sendo muito maior”, esclarece o coordenador.
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FORMAÇÃO
Além do desenvolvimento do produto orgânico, o acordo visa ainda o intercâmbio de conhecimento entre as duas instituições, a capacitação do corpo técnico da Ufra, que começará a desenvolver os próprios fertilizantes, e, também, dos produtores rurais, que serão treinados para utilizar os produtos da forma correta e sobre práticas conservacionistas. “Tanto os pequenos quanto os grandes produtores receberão treinamento. Vamos formar muitos alunos da pós-graduação, que farão esse intercâmbio na China”, pontua Anderson Braz.
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