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VAREJO SUSTENTÁVEL

Workshop revela potencial de flora amazônica na bioconstrução

Evento inédito em Belém reúne pesquisadores brasileiros e britânicos para explorar materiais amazônicos como bambu e palmeiras na construção civil sustentável.

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Imagem ilustrativa da notícia Workshop revela potencial de flora amazônica na bioconstrução camera Na China, o bambu já é amplamente utilizado na construção civil, mas na Amazônia representa uma temática recente que ainda demanda estudos aprofundados. | Divulgação

A bioconstrução amazônica ganha destaque internacional com o workshop "Desenvolvimento sustentável de materiais de construção de base biológica no Brasil", realizado na primeira semana de julho, em Belém.

O evento, resultado da parceria entre a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e a Universidade de Surrey (Inglaterra), reúne cerca de 40 pesquisadores para discutir inovações em construção sustentável utilizando recursos da floresta.

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Bambu Amazônico: o material do futuro

O bambu nativo da Amazônia emerge como protagonista das discussões sobre sustentabilidade na construção civil. Segundo a coordenadora do evento pela Ufra, professora Lina Bufalino, o material apresenta características únicas para a região.

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"O bambu é um material que cresce rápido e é muito versátil para fazer bioconstruções. É possível fazer pontes, prédios, vários tipos de construções sustentáveis", explica a pesquisadora.

Na China, o bambu já é amplamente utilizado na construção civil, mas na Amazônia representa uma temática recente que ainda demanda estudos aprofundados.

Palmeiras Amazônicas: tradição que vira inovação

As palmeiras amazônicas tradicionalmente utilizadas pelos povos da região ganham novo olhar científico. O açaí, conhecido mundialmente pelo seu fruto, revela também potencial inovador por conta do aproveitamento de seus resíduos.

Açaí: além do fruto, a fibra revolucionária

A pesquisa desenvolvida no Pará demonstra como o caroço do açaí pode ser transformado em material de construção. "É possível misturar a fibra do açaí com o concreto, ou seja, dar novas propriedades que esse cimento não teria sozinho", destaca Bufalino.

A inovação inclui o desenvolvimento de microssílica de resíduo do açaí, um mineral que pode ser misturado ao cimento para melhorar sua aderência e resistência. A solução representa uma alternativa sustentável para o descarte de resíduos da indústria do açaí na região amazônica.

Miriti: o isolante natural da Amazônia

O miriti, palmeira tradicionalmente usada no artesanato paraense, revela potencial para isolamento térmico e acústico em construções. "Queremos mostrar esse biomaterial para utilização em construções leves", explica a coordenadora do workshop.

Programação conecta teoria e prática

O workshop foi estruturado para proporcionar experiência completa, pois inclui apresentações de pesquisas no auditório do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, além de atividades práticas nos laboratórios da Ufra e herbário do Museu Goeldi e visita ao Combu para conhecer aplicações práticas pelos ribeirinhos.

Bioconstrução é uma resposta à crise climática

As construções sustentáveis representam alternativa crucial diante das mudanças climáticas. "A alvenaria é o material mais utilizado para construção, mas pouco se fala sobre a emissão de carbono gerada com essas construções. Os biomateriais são uma alternativa a isso", alerta a pesquisadora.

A bioconstrução oferece benefícios múltiplos:

  • Sustentabilidade ambiental: Redução significativa da emissão de carbono comparada à construção convencional;
  • Conforto térmico: Propriedades naturais dos biomateriais proporcionam melhor climatização;
  • Desenvolvimento local: Valorização de recursos regionais e conhecimento tradicional;
  • Inclusão social: Alternativa viável para comunidades remotas amazônicas.

Perspectivas futuras

Iniciativas como este workshop são oportunidades para reconhecer o desenvolvimento sustentável na Amazônia, conectando conhecimento tradicional dos povos da floresta com pesquisa científica internacional.

A parceria internacional, financiada pela Universidade de Surrey, demonstra o reconhecimento global do potencial amazônico para soluções ambientais inovadoras, posicionando o Brasil como referência em bioconstrução.

📷 |Divulgação

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