Dentro do futebol, um esporte que é considerado historicamente machista, o preconceito sempre esteve presente dentro e fora das quatro linhas. Entre os diversos casos apresentados, o preconceito passa por xingamentos no campo e cantos nas arquibancadas até comentários nas redes sociais ou na mídia. Vários clubes, atletas ou outras pessoas ligadas ao futebol já foram denunciados, julgados e punidos por descriminação de orientação de gênero.
Desde então, diversos clubes e entidades ligadas ao esporte tem levantado diversas bandeiras que combatem à LGBTfobia e o racismo. No Campeonato Paraense deste ano, foi lançado a campanha "Parazão Inclusivo", com vários temas enfatizando as ações.
Nesta quarta-feira (28), no Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, Clube do Remo e Paysandu fazem questão de contribuir e levantar a bandeira para que dentro do esporte exista mais respeito, inclusão, igualdade e diversidade.
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Em ação conjunta, que pode até ser considerada como um ação histórica, os dois maiores clubes da Amazônia, divulgaram um vídeo com casais de torcedores rivais LGBTQIA+ deixando a rivalidade de lado e acolhendo as expressões de amor de todas as formas e cores. A ação levanta o seguinte questionamento: mesmo com tantas informações sobre o tema, ainda são vistas muitas formas de discriminação nos estádios, com destaque especial para a homofobia.
PUNIÇÕES
E se não bastasse apenas falar sobre o assunto, Clube do Remo e Paysandu também informam que homofobia dentro dos estádios podem gerar punições aos clubes dentro das disputas que estão competindo, seja regional ou nacional. Nesta temporada, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) colocou regras claras no combate à LGBTfobia e ao racismo.
São elas: 1) advertência;
2) multa de até R$ 500 mil, com o valor a ser revertido em prol de causas sociais;
3) impedimento de registro e transferências de atletas e
4) perda de pontos.
REMO E PAYSANDU DENUNCIADOS
No Pará, um caso inédito chamou a atenção. Em julho de 2017, o Paysandu foi o primeiro clube do Brasil a ser denunciado por preconceito de orientação de gênero, por atos homofóbicos praticados por uma torcida organizada do clube durante um jogo da Série B. Em 2021, parte da torcida do Remo disparou xingamentos homofóbicos contra o atacante Nicolas, do Goiás, mesmo ele se declarando heterossexual. O jogador já havia passado pelo Paysandu. O clube azulino também foi denunciado na época.
O DIA INTERNACIONAL DO ORGULHO LGBTQIA+
De acordo com dados divulgados pelo dossiê do Observatório de Mortes e Violências contra LGBT+ o Brasil, registrou, em média, duas mortes de pessoas LGBTQIAPN+ a cada três dias, ou uma morte a cada 32 horas, em 2022. O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ foi criado no dia 28 de junho e a data faz referência à Revolta de Stonewall, que aconteceu em 1969, nos Estados Unidos.
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