Em entrevista recente a um programa de rádio; Sérgio Dias, grande benemérito do Clube do Remo e que já foi diretor de Futebol do Leão de Antônio Baena, se envolveu numa grande polêmica ao afirmar que o time azulino teria sido beneficiado durante o famoso tabu de 33 partidas invictas sobre o rival Paysandu, na década de 1990. A declaração foi dada no programa apresentado pelo radialista José Maria Trindade, no último domingo (25), em uma emissora de rádio da capital paraense.
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Nesta terça-feira (27), Sérgio Dias falou com exclusividade ao DOL e se retratou com a torcida, os ídolos do time remista durante o tabu e também com os juízes. Segundo ele, “envolvido pelo clima descontraído da entrevista”, acabou falando “mais como torcedor do que como dirigente à época”.
Sérgio Dias admite que “pegou corda (foi influenciado) pelo entrevistador que antes começou a dizer que o Remo sempre levava a pior nos bastidores do futebol” e acabou deixando ficar no ar que ajudava árbitros para favorecerem o Remo em dias de jogos contra o maior rival.
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# Sérgio, não caiu nada bem as alegações feitas no programa do José Maria Trindade sobre a questão dos árbitros durante o Tabu 33. O que você tem a dizer sobre isso?
Eu errei. E aqui já quero pedir desculpas à torcida do Clube do Remo, aos árbitros e aos grandes heróis azulinos, nossos ídolos, que construíram esta história do tabu de 33 partidas sobre o Paysandu com muito esforço e dedicação.
# Ficou no ar durante a entrevista, de forma indireta, que alguns árbitros haviam beneficiado o Remo durante o tabu. Isto aconteceu mesmo?
Deixa eu explicar melhor. Em nenhum momento eu falei a palavra propina, como disseram por ai. O que aconteceu - na verdade - é que o vídeo que circulou não estava na íntegra. Antes daquelas frases infelizes, o entrevistador estava dizendo que o Paysandu tinha mais bastidores do que o Clube do Remo e citou vários fatos. Acabei, como se diz, pegando “corda”. Fui mais torcedor do que dirigente à época e acabei não querendo ficar por baixo. Meu orgulho falou mais alto e errei. Peguei corda e se criou toda esta situação.
# Você foi muito criticado pelos ídolos do tabu, entre eles Ageu Sabiá, Aguinaldo e Rogerinho, o que você teria dizer a eles?
Como falei anteriormente, queria me desculpar sinceramente com todos os jogadores da época. Como disse na entrevista ao radialista, a gente entrava em campo calçado, pois sabíamos que tínhamos um time muito forte e competitivo, o que facilitou durante aqueles cinco anos manter o tabu contra nosso maior rival. Sei que minhas declarações foram deturpadas por alguns, mas estava há muito tempo sem dar entrevistas e acabei me deixando levar pelo momento. Minhas sinceras desculpas a quem compôs o elenco das 33 partidas invictas. Também quero deixar claro aqui meu respeito e minhas desculpas a todos os árbitros que conduziram as partidas. Nunca cooptei ninguém para beneficiar o Remo.
# Para fechar: como você encara o fato de que suas afirmações prejudicaram a imagem de um dos maiores feitos do Clube do Remo no século passado?
Como todos podem ver na entrevista ao radialista, em nenhum momento eu citei a palavra propina. Até me esquivei no início, dizendo que gente entrava calçado, porque tínhamos um time muito organizado e bom. Sei que talvez tenha deixado alguma suspeita nas entrelinhas, mas eu não citei nome de ninguém e nunca usei a palavra propina, como circulou por aí. O tabu foi construído graças ao empenho da equipe, isto é fato. E ninguém, nem mesmo eu com minha falha nesta situação, vai tirar o brilho desta grande fase do Clube do Remo.
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