O Ministério Público de Goiás encontrou indícios de manipulação de resultados em um jogo de campeonato estadual disputado neste ano, durante os desdobramentos da operação Penalidade Máxima, que investiga apostas esportivas no Brasil.
De acordo com reportagem exibida pelo Jornal Nacional, da TV Globo, nesta sexta-feira (12), a suspeita teria ocorrido na partida entre Goiás e Goiânia, pelo Campeonato Goiano, no dia 12 de fevereiro.
De acordo com a emissora, comprovantes de depósitos bancários e de apostas, além de transcrições de conversas por aplicativos de mensagens, mostram que teria ocorrido um acerto para que o Goiânia terminasse o primeiro tempo perdendo o jogo.
Segundo a investigação, Bruno Lopez, um agente de futebol que é apontado pelo MP como líder do grupo, teria intermediado contato com um jogador que tem bom acesso a atletas que atuam no estado de Goiás para fazer o esquema com alguns jogadores do Goiânia nesta partida.
Ainda de acordo com o JN, os jogadores da linha defensiva do Goiânia teriam recebido R$ 10 mil cada um pelo resultado. O primeiro tempo terminou com vitória do Goiás por 2 a 0 -resultado final do jogo.
Bruno Lopez já havia sido preso em fevereiro, durante a primeira etapa da operação, mas foi solto após um habeas corpus. A reportagem procurou a defesa do agente, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
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Esse foi o primeiro jogo apontado pelo MP com suspeita de manipulação do resultado para apostas. Até então, as partidas em investigação apontavam o recebimento de cartões amarelos e vermelhos e a marcação de pênaltis e escanteios.
Foram deflagradas até o momento duas etapas da Operação Penalidade Máxima. A primeira, em fevereiro, mirava duelos da Série B do Campeonato Brasileiro de 2022. Na segunda, em abril, o escopo cresceu e passou a incluir disputas da Série A e de alguns torneios estaduais.
Uma quadrilha foi apontada pelo MP-GO, e a Justiça acatou as denúncias, transformando em réus mais de 20 pessoas, entre aliciadores e jogadores. Alguns desses atletas foram afastados por seus clubes.
Por enquanto, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) descarta a paralisação das Séries A e B do Brasileiro. Porém, teme que as investigações envolvam cada vez mais jogadores e se torne mais grave, chegando aos árbitros, o que ainda não apareceu nas investigações.
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