Dia de Copa do Mundo é um negócio que foge à rotina da cobertura. O trajeto para o estádio Lusail foi ruidoso, com os jornalistas argentinos já uniformizados e fazendo algazarra, como a prever o que aconteceria horas depois.
No ônibus Fifa, soul music americana misturada com música árabe e algum rock meio anos 70. Quase nenhuma preocupação com a prevenção à Covid-19. Sou um dos poucos usando máscara – de vez em quando, até percebo olhares meio reprovativos. Não importa. Não relaxo, mesmo já tendo tomado a quinta dose.
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O rigor na segurança ao longo de toda a Copa – com revista de material e equipamentos até na saída das instalações de mídia e dos estádios – fez com que a fila para entrar no Lusail se estendesse por quase 200 metros, depois de uma pernada de quase 2 quilômetros entre o estacionamento e a entrada da arena.
No estádio, um dos mais modernos de Doha, construído exclusivamente para Copa, mais de 89 mil pessoas se distribuíam pelas arquibancadas e cadeiras, com maciça presença dos argentinos (mais de 80% dos presentes).
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A Europa, definitivamente, não prestigiou a Copa. Os preços proibitivos e, principalmente, a informação sobre a proibição de bebidas alcoólicas desmotivaram as hordas de biriteiros que seguem seleções como a da Inglaterra, Holanda, Portugal, França e Espanha. Outra explicação é o período do ano, longe das férias mais prolongadas dos trabalhadores europeus.
Diante desse cenário, só deu Argentina desde as proximidades do Lusail até a grande catarse dentro da arena. Em torno do estádio, mais de 10 mil pessoas sem ingressos tentam pelo menos viver a atmosfera da decisão. Argentinos usam placas de papelão com ofertas por ingressos.
A maioria dos lugares na tribuna de mídia vai para os jornalistas dos países finalistas – é um critério usado em todos os jogos. Mas, de maneira geral, todos são contemplados com tíquetes para bancada, com direito à mesa para uso do computador.
Dessa maneira, os brasileiros acabam ficando agrupados e velhos e novos companheiros se reúnem. Na foto ali de cima, estou com um dos craques do jornalismo esportivo, Luiz Antônio Prósperi (chapéu) e Marcos Paulo Lima, do Correio Braziliense, ao lado de dois amigos que não anotei os nomes.
A cada nova Copa, uns e outros costumam dizer que é a última, que o cansaço é grande, os sacrifícios idem. Curiosamente, na seguinte todos estão ali de novo. Assim será, certamente, em 2026, no Mundial previsto para Estados Unidos, Canadá e México. Espero ter saúde e motivação para marcar presença de novo.
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