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MISSÃO CUMPRIDA

Lionel Messi e a "Jornada do Héroi" na Copa do Mundo 2022

Desde 2010, Messi lutava pelo título para a Argentina

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Imagem ilustrativa da notícia Lionel Messi e a "Jornada do Héroi" na Copa do Mundo 2022 camera Messi cumpriu sua missão no futebol | Emerson Coe

A “Jornada Do Herói” é um conceito descoberto pelo autor norte americano Joseph Campbell ao analisar os folclores e mitologias de diferentes culturas presentes ao longo da história. A jornada do herói é divida em três fases: partida, iniciação e retorno, sendo que cada fase possui subdivisões e estas são determinantes na trajetória do herói. O fato é que, a partir de hoje, o conceito de Campbell passa a contar com mais um protagonista: Lionel Messi.

A “Jornada Do Herói de Lionel Messi” na Seleção Argentina começa quando é convocado para a Copa de 2010, na África do Sul, na época, já consolidado no futebol de clubes, o jogador tem sua primeira copa como protagonista, diferente de 2006, quando era apenas uma jovem promessa do esporte. É aqui que nosso herói sai do "mundo comum" do futebol de clubes e tem seu o "chamado para aventura" ao ser selecionado para o torneio que reúne apenas aqueles que são ou aspiram ser lendas desse esporte.

Aqui ele tem o encontro com seu mentor: Diego Maradona, aquele que já passou pela jornada do herói e auxilia o protagonista em seu trajeto. Messi tem a "travessia do primeiro limiar" findando-o com uma derrota diante da Alemanha nas quartas de final.

O Mundial discreto e a eliminação vexatória para a Alemanha fazem com que a imprensa e o povo argentino passem a questionar a identificação do jogador não apenas com sua seleção mas também com os torcedores, uma vez que o mesmo rumou a Espanha muito cedo e não pode dar ao futebol nacional a oportunidade de vê-lo crescer de perto. Neste cenário Messi vem a encarar seus inimigos, faz aliados e passa por inúmeros testes, assim como no segundo ato da obra.

COPA NO BRASIL: DERROTA NA FINAL

Chega a Copa de 2014 e aqui o protagonista tem a chance de se provar, realizando partidas decisivas e cruciais para levar o selecionado argentino até a final da competição, no entanto, Lionel se vê mais uma vez diante da Alemanha, o algoz para sua consagração. O gol de Mario Gotze na prorrogação foi um golpe duro não só para Messi, mas para todos os milhões de argentinos que acompanhavam a partida.

O prêmio de melhor jogador do torneio pouco importava para o atleta, e não foi suficiente para livrá-lo de críticas ainda mais pesadas do que última vez.

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DESISTÊNCIA DE JOGAR PELA ARGENTINA

O clima hostil só piora com a eliminação na Copa América do ano seguinte, e faz com que o nosso herói se sinta indigno de representar seu País e o principal responsável pelos insucessos recentes da sua seleção. Essa série de acontecimentos fazem com que haja a recusa do chamado por parte do protagonista e Messi decide não jogar mais por sua seleção, fato que seria apenas temporário.

É aqui que ele fica diante da sua “caverna oculta” ou a “boca da baleia”, uma fase crucial na jornada do herói, onde ele enfrenta seus próprios medos e passa pelo aprendizado do autoconhecimento.

Sem seu principal jogador, a situação da seleção Argentina ia de mal a pior, e o risco de uma não classificação para a Copa do Mundo na Rússia era cada vez mais iminente.

O RETORNO

Messi saia de seu exílio e percebia que sua seleção precisa dele mais do que nunca, não apenas como uma referência técnica, mas também como um líder dentro de campo, aquele em quem seus jogadores possam se espelhar e suportar todo o fardo de uma nação que há mais de 24 anos anseia por gritar “é campeão” novamente.

Então, no dia 10 de Outubro de 2017, Messi volta a vestir a camisa albiceleste e numa noite mágica, o craque anotou três gols contra o Equador, sacramentando os hermanos em mais um mundial e consagrando sua provação para com o povo argentino.

A classificação heróica, com liderança e raça do jogador nas eliminatórias, fizeram com que os torcedores finalmente passassem a ver o argentino como um dos seus, e começaram a ver nele a representação do torcedor dentro de campo. Ali se enxergava a possibilidade de alcançar o que até então havia ficado pelo caminho tantas vezes, o título de campeão mundial.

RÚSSIA, 2018

Messi chega ao mundial de 2018 diferente, aquele psicológico frágil e a ausência de liderança que antes eram tanto criticadas, não existem mais e, no entanto, apenas a evolução do craque não foi o suficiente, e a Argentina acabou ficando pelo caminho contra a mesma França, que viria a sagrar-se como a campeã do torneio.

Nem mesmo a eliminação precoce não afetou a união entre o jogador e seu povo que havia sido conquistada.

Em 2019, ele é o pilar de um novo time comandado por Lionel Scaloni, que aposta na renovação do elenco com vários jogadores jovens e capazes de oferecer a Messi o que não foi disponibilizado em anos anteriores.

A derrota para a Seleção Brasileira oferece a eles a casca e a maturidade necessária que um novo grupo necessita, e a partir dali, houve a "Ressurreição do Herói" com a chamada "Scaloneta".

Uma série de vitórias culminaram com a classificação antecipada para a Copa de 2022, e finalmente a coroação de Messi com o título da Copa América em 2021, lhe tirou a pressão de cima dos ombros para o ano seguinte.

CATAR, COPA DO MUNDO DE 2022: O TRIUNFO

Tanto Messi como sua seleção chegam prontos para encarar a última fase do ciclo, não haviam mais etapas nem treinamentos, apenas os adversários separavam o herói de seu elixir, e com cada atuação mais apoteótica do que a anterior, Messi cresce dentro da competição mostrando que ninguém será capaz de pará-lo desta vez.

Com a melhor atuação individual em copas deste século, ele leva a Argentina para a final do torneio onde enfrentaria aquela que provocou seu quatro anos antes. A Seleção Francesa foi a responsável pela queda e “Ressurreição do Herói”.

Em um jogo que foi preciso morrer e ressuscitar várias vezes, Messi foi decisivo e finalmente capaz de alcançar seu principal objetivo: vencer a Copa do Mundo. O herói enfim conquistava o “elixir” para seu povo.

Apesar de ser gênio e o melhor da sua geração, Messi é humanizado, e assim como nós seres humanos, os heróis também falham, tem suas tragédias e lutas internas, mas a nobreza está em perseverar e seguir lutando. Messi falhou inúmeras vezes antes de sua consagração, mas nunca fracassou, pois só fracassa quem desiste.

* Murilo Santos de Souza é estudante de agronomia.

"Meu amor por futebol desde a relação que eu criei com meu tio e meu primo indo pro estádio assistir os jogos do Remo e se estende até os bastidores e as histórias que as partidas contam".

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