O Remo teve um início avassalador. Fez o gol logo aos dois minutos em cabeceio perfeito de Fabinho, depois perdeu duas outras boas chances, uma delas com o próprio centroavante. Parecia disposto a fazer uma atuação consagradora, mas a vantagem estabelecida tão cedo parece ter feito mal ao time, que se acomodou e passou a tocar bola sempre para os lados, evitando o jogo mais vertical e agressivo.
Para complicar as coisas, o Remo tinha menos um em campo: o atacante Rogério errou em todos os lances que se envolveu. Depois, sentiu a perna e ficou por 20 minutos em campo, sem marcar ou participar de manobras pelos lados. Inexplicavelmente, só foi substituído no intervalo.
Clube do Remo volta a vencer o Caeté e avança para as semifinais
O Caeté avançava de vez em quando, mas não oferecia muito perigo. Pedrinho e Leandro Cearense se perdiam na marcação. Com vários homens à frente da zaga, o time bragantino se acautelava para não tomar mais gols e se encolhia, deixando de oferecer perigo na frente.
Até que, aos 33 minutos, em lance iniciado no meio-de-campo, a bola foi lançada para a direita e o cruzamento veio no segundo pau. Pedrinho ajeitou de cabeça, a zaga do Remo não conseguiu cortar a bola e Fernando Portel aproveitou para mandar para as redes, empatando a partida.
Com o empate, o time do Caeté ganhou embalo e começou a pressionar com mais insistência, gerando algumas situações de relativo perigo. Aos 37’, a situação mais polêmica da noite. Depois de ter recebido cartão amarelo em falta simples, Pablo Roberto dividiu a bola com Gully e o árbitro Gustavo Ramos Melo aplicou o segundo cartão.
Por alguns minutos, o Remo sentiu o duplo baque, do gol e da perda de seu organizador. Mas, aos 40’, Leonan finalizou forte e André fez defesa arrojada. Quase ao final, Vinícius defendeu mal um chute de Gully e a bola quase entrou. O goleiro se recuperou a tempo.
No intervalo, Marcelo Cabo finalmente substituiu Rogério, peça decorativa em campo, por Álvaro. Paulinho Curuá entrou na vaga de Rodriguinho. Com essas opções, o técnico deixou claro que iria tentar controlar a partida no meio-campo, levando em conta a desvantagem numérica.
Já o Caeté voltou com tudo e, logo aos 3 minutos, Mauro Praia recebeu bola pelo alto na área remista, dominou e tocou no canto esquerdo de Vinícius, que defendeu com a ponta dos pés, evitando o gol.
A resposta azulina viria em seguida, de forma contundente. Aos 5’, o zagueiro Ícaro bateu da entrada da área e André mandou para escanteio. Na cobrança, a defesa se atrapalhou e Leonan aproveitou para desempatar a partida. A bola ainda desviou na zaga antes de entrar no gol.
Sem pressa, o Remo seguiu administrando o jogo. Aos 16’, Curuá avançou entre os marcadores, entrou na área e chutou com perigo. O jogo seguiu sem grandes emoções e só voltaria a ter lances de perigo quase ao final. Aos 38’, Léo Pará chutou forte e Vinícius saltou para espalmar.
No último lance da noite, o zagueiro Diego Ivo, que havia substituído Diego Guerra, empurrou o zagueiro Mateus Martins na área e o árbitro assinalou a penalidade. Keoma cobrou rasteiro, no canto, para grande defesa de Vinícius, que não deu rebote.
Os cruzamentos na área continuam a afligir os zagueiros. A transição não se estabelece quando Pablo não está nos melhores dias. Jean Silva, muito aplicado, ficou isolado nos lados do campo sem alternativas de jogadas em velocidade.
Quando a arbitragem aparece pelos motivos errados
Em duas faltas normais, a primeira ainda mais comum que a segunda, Pablo Roberto levou dois cartões amarelos e acabou expulso ainda no 1º tempo. Principal jogador do Remo, em evidência após a excelente atuação contra o Corinthians, o meia não fez um grande jogo. Errou muitos passes e participou pouco das ações ofensivas.
Ainda assim, a expulsão foi muito questionada pelos azulinos, com razão. Vários outros lances violentos foram ignorados pelo árbitro Gustavo Ramos Melo, praticante daquela linha gaiata de interpretação que prioriza bola rolando e faz vista grossa para sarrafadas.
Errar é do jogo, mas o problema está nos critérios. Se os lances de Pablo mereciam o amarelo, Kauê, Anthony e PC Timborana também deveriam ter sido advertidos ainda no 1º tempo. Na etapa final, o zagueiro Mateus, já amarelado, derrubou o atacante Fabinho, mas foi poupado.
Os erros não se limitaram à seletividade na aplicação de cartões. A interpretação de jogadas faltosas também foi muito equivocada, acima do nível mínimo aceitável. A pancadaria rolou à vontade, impunemente, deixando os jogadores pilhados pela falta de punição aos faltosos.
A coisa estava tão caótica que o árbitro deu até vantagem em lance de impedimento. Registre-se o acerto em lance difícil no final: o pênalti marcado contra o Remo, após falta de Diego Ivo sobre o atacante Mauro.
Papão entra em campo só para carimbar o passaporte
Depois da contundente vitória de domingo, por 4 a 1, o PSC recebe a Tuna hoje à noite com a missão de carimbar a classificação às semifinais do Campeonato Paraense. Nem o mais empedernido cruzmaltino crê em reversão de resultado. Tecnicamente superior, o time de Márcio Fernandes ostenta também uma óbvia vantagem anímica.
O time bicolor deve entrar hoje, na Curuzu, mais ou menos com a mesma formação de domingo. A vantagem, para o técnico Márcio Fernandes, é que ele pode poupar alguns atletas, principalmente os mais desgastados, como Ricardinho, Bruno Alves (que já não foi lançado no primeiro jogo) e João Vieira.
De toda sorte, é uma partida importante para sacramentar o bom momento vivido pelo Papão, depois da derrota para o Fluminense na Copa do Brasil. O time mostrou desenvoltura e segurança no desenvolvimento de jogo contra a Tuna, sem dar qualquer chance ao adversário. É o que se espera para hoje, embora não haja mais a tensão em busca do resultado.
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