Invicto no campeonato, o Remo tem campanha 100% e um desempenho que ainda gera desconfiança na torcida. Os jogos fora de casa, contra São Francisco e Águia, expuseram em todas as cores a dificuldade no processo de criação, momentos de fragilidade da defesa e a ausência de ações pelos lados. Apesar disso, o time tem vencido seus jogos, superando até situações bastante adversas, como ocorreu na quarta-feira, em Marabá.
O fato é que alguns críticos cobram mais qualidade de um time que começou a treinar há dois meses e até agora ainda tem buracos no setor de marcação e distância excessiva entre meio e ataque. Ao mesmo tempo, é preciso entender que os campeonatos estaduais funcionam cada vez mais como extensão da etapa de pré-temporada.
Mais do que o título em jogo e da força da rivalidade, a competição regional é um importante campo de experiências para os torneios mais importantes e tecnicamente seletivos, como o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. O Remo de Marcelo Cabo é, claramente, um projeto em construção, sujeito a falhas e exigindo ajustes.
Os principais problemas se localizam no meio-de-campo, onde a segurança de Anderson Uchoa e a mobilidade de Pablo Roberto tem ajudado a segurar as pontas quando a falta de compactação expõe excessivamente o time. Diante do Águia, Pablo foi peça importantíssima, desdobrando-se na marcação e nas investidas ofensivas.
Cobrou uma falta que quase resultou em gol e foi o responsável pelos melhores passes em direção aos atacantes. Uchoa e Richard Franco têm postura mais conservadora, cuidando da marcação e distribuindo jogo. Se tivessem mais ajuda, que Soares não tem dado, o trio provavelmente renderia bem mais.
Para Marcelo Cabo, a primeira fase do Parazão é uma excelente oportunidade para dar consistência à equipe, repetindo a mesma escalação e priorizando alguns jogadores nas mudanças ao longo dos jogos. As ausências de Leonan e Jean Silva impedem que se tenha uma visão mais ampla e precisa do potencial do time.
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