Neste ano, a família de Cadimiel Pinho, de 7 anos, foi surpreendida com a notícia de que ele teria o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Os primeiros sinais foram notados quando o garoto era apenas um bebê. “Aos sete meses de vida, comecei a perceber alguns comportamentos diferentes, como por exemplo, uma irritação fora do normal. Observamos também, a dificuldade em fixar o olhar em alguma coisa”, explica Elivânia Pinho, mãe de Cadimiel.
“Como somos de Tucuruí, não conseguimos atendimento especializado ainda no início. Só fomos diagnosticar o autismo neste ano, em 2022, quando o Natea chegou aqui na Poli Tucuruí. Fomos encaminhados para cá e o meu filho iniciou o tratamento. Desde então, a evolução está sendo visível. Antes, o meu filho não conseguia nem segurar o lápis. Hoje ele já escreve o próprio nome”, ressalta Elivânia, emocionada.
Já para Eduarda Bezerra, de quatro anos, o diagnóstico veio de uma forma diferente: ao sofrer um quadro de convulsão. Após o atendimento com neurologista, o Transtorno do Espectro Autista foi confirmado. “Minha filha já está sendo acompanhada pelo Natea há alguns meses. Apesar das dificuldades diárias, o tratamento está sendo muito importante para todos nós. Ela gosta muito de vir para cá”, afirmou Nilcélia Bezerra, mãe de Eduarda.
Especialidade
Desde o mês de agosto, a Policlínica Lago de Tucuruí tem oferecido atendimento especializado para crianças, adolescentes e adultos que tenham o TEA, por meio do Núcleo de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista (Natea). Até o mês de novembro de 2022, a unidade registrou a marca de 800 atendimentos pelo programa.
“O TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social e padrões de comportamentos”, pondera Roberta Pompeu, psicóloga e supervisora técnica da Poli Lago de Tucuruí.
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Ao ser encaminhado para a unidade com suspeita do diagnóstico, o paciente passará a contemplar os serviços oferecidos pelo Núcleo. “O Natea é um serviço especializado semi-intensivo, que conta com a atuação de uma equipe multiprofissional para avaliação e intervenção em pessoas diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista ou suspeita diagnóstica”, acrescenta a profissional.
O plano de tratamento de cada paciente é desenvolvido de forma individual, levando em consideração as suas características e necessidades, como explica Roberta. “Esse usuário passará a ser acompanhado por uma equipe de médicos, psicólogos, assistente social, fonoaudiólogos e educador físico. Assim, conseguimos traçar as melhores intervenções de tratamento, sempre baseadas em evidências científicas, como por exemplo, treinos de habilidades sociais, integração sensorial e análise e treinamentos de tarefas da vida diária”.
Além disso, a unidade disponibiliza treinamentos para a família de cada paciente, tendo como objetivo a continuidade do tratamento em casa. “Após seis meses, a equipe irá avaliar se o paciente atingiu a meta de desenvolvimento estipulada. O nosso principal objetivo é fazer com que essa pessoa tenha autonomia e uma maior qualidade de vida”, finaliza a profissional.
Atendimentos
Mensalmente, 50 atendimentos são disponibilizados pela Poli Lago de Tucuruí, por meio do Natea. “Sabemos da importância que os atendimentos proporcionados pelo Natea possuem para a população de Tucuruí e localidades próximas. Por isso, a nossa meta é que, até o próximo ano, possamos atender até cem pessoas com TEA”, frisou a diretora executiva da Poli Lago de Tucuruí, Louhanna Silva.
Perfil
A Poli Lago de Tucuruí iniciou as operações no dia 26 de junho. Ela mantém infraestrutura para realizar até 9 mil atendimentos por mês, com 36 especialidades médicas e não médicas. A unidade é administrada pelo Instituto Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA) em parceria com a Secretária de Estado de Saúde Pública (Sespa).
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