"Não gostaríamos de estar em greve, mas fomos empurrados para a paralisação porque o que está em jogo é o cumprimento de leis e normas". A declaração foi dada pelo coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública no Pará – Sintepp em Tucuruí, Wheberton Bonfim, na tarde desta terça-feira, 22.
A justificativa dada pelo sindicalista aponta que a falta de diálogo entre o sindicato e a prefeitura do município forçou os trabalhadores da educação a recorrer à paralisação para forçar a gestão a se reunir para discutir a pauta de reivindicações da categoria.
Com a deflagração da greve, a Secretaria de Educação de Tucuruí empurrou a retomada das aulas para o próximo dia 7 de março. Os trabalhadores reivindicam a revisão de 33,24% nos salários dos profissionais da educação, dentre outros pontos.
Conforme Bonfim, sem diálogo com o prefeito Alexandre Siqueira, a categoria decidiu paralisar até que haja uma reunião para tratar da pauta de reivindicação.
Ele explica que desde janeiro o sindicato vem tentando pautar o prefeito que já sinalizou que prefere ir para o embate. "Infelizmente ainda encontramos resistência de gestores em pagar o que é dever deles pagarem", acrescenta o coordenador do Sintepp.
Veja também:
TCM manda suspender processo seletivo em Tucuruí
Obras de reconstrução e urbanização do cais seguem avançando
Educação vai parar em Tucuruí nesta quarta-feira (9)
Para ele, há muita desinformação sobre o movimento grevista. "Estão tentando criminalizar o movimento sindical e vamos pautar na legalidade o que é direito de cada trabalhador da educação", enfatiza o sindicalista.
Reivindicação
O sindicato reivindica o pagamento do Piso Salarial do Magistério desde janeiro/2022, com percentual de 33,24%, a revisão geral anual com base no INPC/IBGE medido nos anos de 2020 e 2021, para os demais trabalhadores das escolas como pessoal do apoio, administrativo e vigias – que nesse período, por força da LC nº 173/2020, tiveram significativas perdas salariais. "Estás pautas são legítimas e só a revisão dos salários, é necessário visto que a inflação corroeu o poder de compra se todos. A nossa luta é pela valorização da tia da limpeza, do vigia, da merendeira, da secretária e dos professores. Educação só é de qualidade com valorização dos trabalhadores da educação", avalia Bonfim.
Liminar
A procuradora do município entrou com pedido liminar para coibir que os manifestantes não ocupem os prédios públicos do município. A decisão é parcial e o município tentou impedir que os trabalhadores fossem às ruas para se manifestar. "Desnecessário já que em momento algum os manifestantes cogitaram invadir ou ocupar qualquer prédio público no município", explica o coordenador do Sintepp.
Uma grande carreata está marcada para ocorrer na quinta-feira, 24. Os protestos de rua estão mantidos para acontecerem até que a gestão municipal atenda as reivindicações.
Veja abaixo o vídeo da manifestação dos educadores:
Comentar