O presidente Lula (PT) reagiu nesta quinta-feira (26) ao ataque recebido um dia antes pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que o chamou de jumento e analfabeto em evento em São Paulo.
"Ontem [terça] a imprensa me pediu para responder uma pessoa que tentou me atacar chamando de 'jumento'. Um animal simpático e mais esperto que alguns. O que seria ofensivo seria comparar um jumento a ele, isso sim. Ofensivo aos jumentinhos que não fazem mal a ninguém."
Lula encontrou tempo nesta quarta para rebate o seu adversário político no mesmo dia em que suspendeu a agenda oficial para fazer um procedimento médico devido às dores que tem enfrentado por uma artrose no fêmur direito.
Na terça, Bolsonaro participou de evento do PL em São Paulo e, em seu discurso, falou palavrão, atacou Lula, reclamou de sua condenação pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e disse que seu eventual retorno um dia ao Palácio do Planalto é encarado por ele como uma "missão".
Bolsonaro foi declarado inelegível por oito anos após mentiras e ataques ao sistema eleitoral e somente poderá disputar as eleições presidenciais de 2030.
"A quem interessa... Leva-se em conta os países europeus, os países do norte, interessa eu ou um entreguista na Presidência da República? Um analfabeto. Um jumento, por que não dizer assim?", declarou.
Lula cancelou sua agenda nesta quarta-feira e fez um procedimento para conter dores. O tratamento foi realizado no hospital Sírio-Libanês de Brasília pela manhã e, à tarde, ele permanece no Palácio da Alvorada, sede residencial do presidente. Ele cumprirá agenda no Alvorada até quinta-feira (27).
Segundo nota divulgada pelo governo, trata-se de "um procedimento eletivo, minimamente invasivo, de denervação percutânea, no quadril direito, para alívio de dor crônica até a realização de uma cirurgia prevista para outubro, uma artroplastia de quadril, para a solução definitiva do problema".
"O procedimento de hoje foi realizado sem intercorrências e o presidente deve cumprir agenda no Palácio da Alvorada até esta quinta-feira (27)", diz o texto.
A informação inicial do governo foi a de que Lula seria submetido a uma infiltração. Segundo a nota divulgada após a saída do presidente do hospital, tratou-se de outro procedimento, considerado por especialistas como mais forte e que consiste na injeção de substâncias na raiz nervosa que causa a dor.
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